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Quais falas levaram à condenação de Léo Lins?
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Quais falas levaram à condenação de Léo Lins?

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Anamaria
08/06/2025 16h00
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© Crédito: Reprodução
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O humorista Léo Lins foi condenado a oito anos e três meses de prisão por conta de falas consideradas criminosas durante seu espetáculo de stand-up Perturbador, publicado no YouTube em 2022. A Justiça entendeu que as piadas proferidas no vídeo promovem violência simbólica e fomentam a intolerância.

No conteúdo, o comediante usou o palco para disseminar discursos ofensivos contra diversos grupos sociais, incluindo negros, indígenas, gordos, LGBTQIA+, judeus, evangélicos, nordestinos, idosos, pessoas com deficiência e portadores do vírus HIV.

Segundo a sentença, essas falas não podem ser enquadradas como liberdade artística, pois “estimulam a propagação de violência verbal na sociedade”. Ou seja, longe de gerar apenas desconforto, as piadas de Léo Lins incentivam comportamentos preconceituosos e intolerantes.

Léo Lins
Piadas com teor preconceituoso e ofensivo renderam ao humorista uma sentença de mais de 8 anos de prisão; veja quais – Crédito: Reprodução

Racismo e xenofobia estão entre os ataques registrados

Entre os trechos que embasaram a condenação, as declarações com conteúdo racista e xenofóbico chamaram atenção.

Por exemplo, ao comentar sobre voos para o Nordeste, Léo Lins afirmou: “Tem umas pessoas com aparência primitiva […] Anda em 2D, parece um caranguejo.” Em outro momento, ele completou: “Tem ser humano que não é 100% humano. O nordestino do avião? 72%.”

Essas falas reforçam estereótipos negativos e desumanizam uma população inteira. Ainda falando de raça, o humorista usou expressões como “na África tem plantação [de crianças negras]” e zombou da adoção feita por famosos. As piadas racistas foram tratadas com ironia, mas carregam uma carga ofensiva que, de acordo com especialistas, pode reforçar desigualdades históricas e violências estruturais.

Gordofobia, homofobia e ofensas à comunidade LGBTQIA+ também marcaram o show

As “piadas” de Léo Lins também zombaram do corpo de pessoas gordas e da sexualidade de homens gays. Num dos trechos, ele diz que só teria medo de um gordo se fosse feito de Nutella, insinuando que essas pessoas agem de forma animalesca e incontrolável.

Em outro momento, o comediante sugere que pessoas que “adoram comer” podem emagrecer pegando HIV, incentivando sexo sem proteção com homens gays. Ele mesmo reconhece o teor preconceituoso da fala: “Essa piada pode parecer um pouco preconceituosa, porque é.”

Além disso, associar HIV à comunidade LGBTQIA+ perpetua estigmas antigos, combatidos há décadas por especialistas em saúde pública e direitos humanos.

Pedofilia e incesto foram tratados como piada

A condenação também levou em consideração falas do humorista sobre abuso infantil e violência sexual. Em diversos trechos, ele fez piadas envolvendo crianças, sugerindo relações com adultos e usando termos que banalizam crimes graves, como pedofilia e incesto.“O uísque para mim tem que ser igual à mulher. Puro e com 12 anos”, disse Léo no palco. 

“Uma vez vi uma enquete na internet escritas assim: ‘O que vocês falam quando terminam de transar?’ Aí fui lá e escrevi: não conta para sua mãe que eu te dou uma boneca”, emendou em outro momento. Em seguida, comentou que só se sentiu melhor após ser criticado pela piada, quando “foi ao parquinho olhar as crianças”.

Essas falas, embora tentem seguir a lógica do humor ácido, foram entendidas pela Justiça como apologias ao crime — e, portanto, passíveis de punição legal.

A condenação de Léo Lins e o debate sobre os limites do humor

O caso de Léo Lins nos leva a discutir um tema importante: até onde vai a liberdade de expressão no humor? Embora a comédia permita a crítica social, ela não pode servir como escudo para discursos de ódio.

A Justiça brasileira entendeu que as falas do humorista não apenas ofendem, mas também colocam em risco a dignidade de grupos vulneráveis, reforçando preconceitos já enraizados em nossa sociedade.

Resumo:
Léo Lins foi condenado por falas ofensivas proferidas em seu show Perturbador. As piadas, publicadas em 2022 no YouTube, atacam diversos grupos sociais e ultrapassam os limites do humor aceitável. A Justiça entendeu que o conteúdo promove violência e intolerância, e por isso determinou a prisão do comediante por mais de oito anos.

Leia também: 

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Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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