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A chocante história real por trás de 'Air Cocaine: Traficantes nas Alturas', da Netflix
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A chocante história real por trás de 'Air Cocaine: Traficantes nas Alturas', da Netflix

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Aventuras Na História
15/06/2025 16h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16543834/original/open-uri20250615-18-1kcl9ty?1750006665
©Divulgação/Netflix
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Na última quarta-feira, 11, estreou na Netflix a série documental Air Cocaine: Traficantes nas Alturas, que reconta o caso real de um avião particular interceptado em 2013 com 26 malas contendo 680 quilos de cocaína. A carga foi descoberta em Punta Cana, na República Dominicana, em um voo com destino a Saint-Tropez, na França.

Os pilotos Pascal Fauret e Bruno Odos foram presos, mas fugiram em 2015 para a França por via marítima. A fuga, descrita pela imprensa como um “jogo transatlântico de gato e rato”, envolveu uma rota elaborada que passou por Saint Martin e Martinica até o território francês.

Eles foram condenados na República Dominicana a 20 anos de prisão à revelia. Na França, receberam inicialmente seis anos de prisão, mas foram absolvidos em 2021 após o depoimento de um intermediário do tráfico, que afirmou que os pilotos eram vítimas inocentes ou foram enganados para transportar a droga sem saber.

Além de Fauret e Odos, outras duas pessoas foram presas no local: Nicolas Pisapia, passageiro que alegava estar viajando a negócios, e Alain Castany, também passageiro e sócio da empresa operadora do voo, a SN-THS.

Castany declarou à Justiça dominicana que pensava estar transportando ouro. Ele permaneceu no país em regime de prisão domiciliar devido ao seu estado de saúde. Já a SN-THS entrou em falência pouco tempo após o escândalo, alimentando suspeitas sobre sua real função e ligações com o tráfico.

A série mostra o principal ponto da disputa legal: se os pilotos tinham obrigação de verificar o conteúdo das malas. Fauret e Odos afirmam que não sabiam o que havia dentro, enquanto a investigadora Christine Saunier-Ruellan aponta para comportamentos suspeitos na preparação do voo.

Dois lados do caso

Na França, os pilotos receberam apoio de setores da sociedade, especialmente ligados ao meio militar e aeronáutico, já que haviam servido no exército transportando armamentos nucleares antes de migrar para a aviação comercial. Na série, Odos relata o choque da prisão: “Quando você é inocente, quase se entrega. É como se dissesse: por favor, me ajudem.”

O codiretor Jérôme Pierrat contou ao Times que os advogados compararam os pilotos a taxistas, argumentando que “assim como taxistas não precisam verificar malas, eles também não”. Fauret resumiu: “Me dizem a data, eu voo. Nunca sei o propósito da viagem.”

Por outro lado, Saunier-Ruellan apontou indícios suspeitos. Os pilotos fizeram três voos com o mesmo passageiro, e no voo de março de 2013 a chefe de cabine foi avisada que seus serviços não seriam necessários.

Interceptações revelaram mensagens como “natureza da carga confirmada” e “fizemos o que tínhamos que fazer”. Também foram encontradas buscas feitas por Fauret sobre tráfico de drogas no Equador e suas penas. Mesmo assim, não houve prova direta de que eles sabiam do conteúdo ilegal.

O tribunal de apelação considerou esses indícios insuficientes para manter a condenação. A investigadora chegou a grampear o telefone do ex-presidente Nicolas Sarkozy, que voou pela mesma empresa, mas não tinha relação com o caso. Foi revelado também que uma empresa do magnata Stéphane Courbit, o Lov Group, teria financiado viagens de jato para Sarkozy na mesma aeronave usada no transporte da droga, embora em outras ocasiões.

Os cineastas admitem que, mesmo após meses de investigação, não sabem se os pilotos sabiam da cocaína. Olivier Bouchara, codiretor da série, disse ao Times: “Durante toda a filmagem, a gente se perguntava: será que eles sabiam? E tenho que admitir que não temos uma resposta definitiva.”

Ele ressalta que não são juízes, apenas jornalistas, e que a intenção da série é provocar uma reflexão, não apresentar um veredito. “Às vezes, filmando uma cena, a gente se olhava e pensava: ‘Espera, talvez eles soubessem. Talvez estivessem envolvidos.’ Em outras, aparecia um detalhe que fazia a gente duvidar de tudo de novo. E isso é o que quisemos compartilhar: não um veredito, mas uma conversa", concluiu.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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