'A história negra é a história americana': Atores celebram série Washington Black

Aventuras Na História






Inspirada no aclamado romance de Esi Edugyan, Washington Black, nova série estrelada por Sterling K. Brown e Ernest Kingsley Jr., mergulha em uma narrativa poderosa de amadurecimento, resiliência e irmandade, ambientada em um mundo ainda marcado pelas feridas da escravidão. Washington Black estreia no catálogo da Disney+ no próximo dia 23 de julho.
Em entrevista ao Aventuras na História, os atores compartilham suas experiências no processo criativo da produção, que combina rigor histórico e emoção, e falam sobre o impacto da série na luta contemporânea contra o racismo estrutural.

Para Ernest Kingsley Jr., que interpreta o protagonista George Washington Black, a trajetória de seu personagem é uma afirmação de possibilidades.
"Quando você vê a história de um garoto que se parece conosco, percebe que essas coisas são possíveis. É possível triunfar diante da adversidade. Tudo vem de um lugar de amor, graça e ambição", afirma o ator, destacando o potencial transformador de narrativas como a da série.
História e cultura
O enredo acompanha Wash em uma jornada que cruza continentes — de Barbados aos Estados Unidos, passando pela Nova Escócia, o Ártico, Europa e África. Sterling K. Brown, que interpreta Medwin Harris, reforça o comprometimento da equipe com a precisão histórica.
"Nossa equipe de roteiristas fez um trabalho minucioso. Pesquisamos o comércio transatlântico de escravos e as culturas locais por onde a história passa. Queríamos garantir que o povo bajano, a comunidade afro-nova-escocesa, todos vissem algo autêntico na narrativa", pontua.

Wash é um personagem curioso, guiado por um espírito científico quase inato. Para Kingsley Jr., esse impulso nasce de uma herança cultural rica. "Há um elemento espiritual ali. Esse tipo de conexão envolve coração, mente e alma. Isso alimenta a ciência e a criatividade", diz. Brown complementa:
Gostamos de criar a dicotomia entre ciência e espiritualidade, mas Washington mostra que são dois lados da mesma moeda".
A força da memória
Ao abordar a violência sistêmica imposta às vidas negras, a série também propõe um espelho crítico para os dias de hoje. Brown é categórico ao afirmar que contar essas histórias é uma forma de resistência.
A história negra é a história americana. E o que mais me interessa é mostrar que, apesar da dor e do trauma, conseguimos transcender. Havia sonhadores que se tornaram maiores do que a vida. Precisamos impedir o apagamento dessas histórias."
A relação entre Wash e Medwin é um dos pilares emocionais da série — e ela se reflete na vida real dos atores. "Eu amo esse garoto", diz Brown, olhando para Ernest. "Ele me lembra da bondade das pessoas. E me lembra da minha própria bondade".

Kingsley Jr. devolve o carinho: "Acho que há, sim, esse vínculo empático hoje. Às vezes de forma microscópica, nos pequenos momentos com um amigo, um irmão. Existe amor no cerne de cada pessoa — e essa conexão entre nós aconteceu desde o primeiro dia no set. Somos mais parecidos do que diferentes".


