Carta rara revela primeiros pensamentos de Bram Stoker sobre Drácula

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Poucas semanas após lançar um dos romances mais influentes da literatura gótica, Bram Stoker escreveu uma carta que oferece uma rara e reveladora espiada em seu estado de espírito naquele momento.
Endereçado a um destinatário identificado apenas como "Williams", o bilhete — recentemente vendido em Londres por £15 mil (cerca de R$100 mil) — mostra um Stoker bem-humorado e consciente da teatralidade sombria de sua criação.
Envio-lhe Drácula e me honrei escrevendo seu nome nela... Senhor, me perdoe. Sou completamente desavergonhado", escreveu o autor em tom brincalhão.
A carta, vendida pela Bayliss Rare Books, é uma das pouquíssimas em que Stoker menciona diretamente seu vampiro mais famoso — e possivelmente a primeira a fazê-lo tão logo após a publicação do livro, em 1897.

Descontração
Conhecido por manter um estilo reservado em sua correspondência, Stoker surpreende com um tom pessoal e espirituoso. Para o livreiro Oliver Bayliss, esse toque de irreverência mostra um autor ciente de estar ultrapassando os limites do gênero — e se divertindo com isso.
É teatral, atrevido e totalmente autêntico", afirmou ao The Guardian.
A peça histórica foi adquirida de uma coleção particular nos Estados Unidos, onde permaneceu desde os anos 1970. Seu retorno à cidade onde Drácula foi publicado pela primeira vez — e onde Stoker administrava o Lyceum Theatre — adiciona uma camada simbólica à descoberta.
Segundo Bayliss, além do valor literário, a carta deve atrair colecionadores de cultura pop, cinema e literatura de terror. Uma relíquia que, para ele, é "mais rara do que ver um vampiro à luz do dia".


