'Desastre Total: O Verdadeiro Projeto X': A história real da nova produção da Netflix

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Em 2012, o que era para ser apenas uma festa de uma adolescente se tornou um evento muito popular — e com consequências perigosas. Naquele ano, a jovem holandesa Merthe Weusthuis estava completando 16 anos.
Por sua página do Facebook, Weusthuis queria convidar 78 pessoas para uma festa em sua casa, mas ela não percebeu que o evento estava público e não privado. Logo, aponta a BBC, a publicação alcançou mais de 30.000 pessoas.
O incidente, retratado em 'Desastre Total: O Verdadeiro Projeto X' da Netflix, resultou em 3.000 pessoas se aglomerando na pequena cidade de Haren, na Holanda, em 21 de setembro de 2012. No fim, o evento deixou 36 pessoas feridas.

No novo documentário da plataforma, os participantes explicam que queriam que a noite imitasse o Projeto X — um filme de 2012 sobre uma festa de colégio que sai do controle. Mas o que foi o verdadeiro Projeto X?
Projeto X: A ficção
No filme de 2012, Projeto X, um adolescente tímido chamado Thomas — prestes a completar 18 anos — ganha permissão de seus para convidar um pequeno grupo de amigos para comemorar seu aniversário enquanto eles estão fora da cidade. Mas mais pessoas aparecem do que o esperado e a multidão se torna incontrolável.
A festa logo vira uma grande confusão, com os participantes dirigindo a Mercedes da família para dentro da piscina e brincando com lança-chamas. A festa só termina quando a casa de Thomas pega fogo e uma equipe da SWAT é chamada para o local.
O evento faz o aniversariante se tornar extremamente popular, mas ele acaba condenado por várias acusações criminais, incluindo contribuição para a delinquência de menores e incitação a um motim.
O verdadeiro Projeto X
Conforme recorda matéria da People, também em 2012, Weusthuis convidou amigos para comemorar seu aniversário de 16 anos pelo Facebook. Antes de retirar o convite público, mais de 17.000 pessoas confirmaram presença. Depois que ela o apagou, um jovem de 18 anos chamado Jorik Clarck copiou o convite, apresentando-o como uma festa surpresa para Weusthuis e incluindo várias referências ao Projeto X.
Jorik também apagou o evento, mas outro já havia surgido e o convite foi se espalhando cada vez mais. Nos dias que antecederam a festa, Weusthuis não saiu em público nem foi à escola, pois estranhos apareceram na casa, ela contou ao documentário da Netflix.

Os convidados vieram de todo o país por meio de ônibus de festa. O Evento até mesmo foi anunciado em outdoors e camisetas com os dizeres "Projeto X Haren". No documentário, um membro do conselho municipal alegou que o prefeito da cidade, Rob Bats, ignorou a festa até que fosse tarde demais, dizendo em vez disso ao noticiário local que a festa não aconteceria.
Mas na tarde de 21 de setembro, uma multidão se reuniu na rua em frente à casa. A adolescente fugiu para a casa da tia, onde ela e a mãe assistiram à cena pela TV. O pai dela ficou na casa porque "queria estar presente para os vizinhos", segundo Weusthuis.
Segundo a BBC, mais de 3 mil pessoas compareceram no local. No início, elas apenas beberam, tocaram música alta e festejaram ruidosamente na rua. Mas, assim como no filme, alguns dos participantes se tornaram violentos, atirando garrafas de vidro, brigando e incendiando vários carros. Quando a festa se espalhou pela cidade, vitrines foram quebradas por saqueadores.
Quando a polícia chegou, eles tentaram agressivamente deter os saqueadores com cassetetes. Enquanto eles fugiam da polícia, muitos invadiram o quintal dos Weusthuis e destruíram tudo. As autoridades só conseguiram interromper a algazarra por volta da meia-noite. No entanto, no dia seguinte, os moradores criaram sua própria página no Facebook, Projeto Clean-X Haren, e começaram a limpar as ruas, de acordo com o documentário.
Ao todo, 36 pessoas ficaram feridas, incluindo um homem que ficou com a mandíbula quebrada. Segundo o documentário, 100 pessoas foram presas após a polícia analisar as evidências em vídeo, com 17 sendo acusadas de "crimes relacionados aos tumultos".


