Estudo relaciona obras de Jackson Pollock com transtorno mental

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Um dos principais nomes do expressionismo abstrato, o pintor americano Jackson Pollock (1912 - 1956) ficou conhecido por seu estilo de pintura único, o gotejamento. E segundo um estudo recente, publicado na revista CNS Spectrums, suas pinturas podem ser relacionadas a habilidades espaciais incomuns, relacionadas ao transtorno de personalidade bipolar, que ele só foi diagnosticado após sua morte.
Conforme explica a Revista Galileu, o gotejamento consiste em colocar a tinta diretamente do tubo ou da lata sobre a tela, que fica no chão. Após isso, Pollock complementava o processo espalhando a tinta com pinceladas, espátula e até esfregando o próprio tubo de tinta, criando uma série de composições dinâmicas e bastante coloridas.
No entanto, uma nova percepção que o estudo recente sugere é que as pinturas, mesmo que possuam aparência abstrata, podem carregar significados até então ocultos. Isso porque, consciente ou inconscientemente, Pollock possivelmente inseriu imagens escondidas em seus trabalhos.
Ver uma imagem uma vez em uma pintura por gotejamento pode ser aleatório, agora, vê-la três ou mais vezes — como é o caso de garrafas de bebida, macacos e gorilas, elefantes e muitos outros sujeitos e objetos nas pinturas de Pollock — torna muito improvável que essas imagens sejam percepções provocadas aleatoriamente sem qualquer base na realidade", destaca o responsável pelo estudo, Stephen Stahl, em comunicado.
"Certas imagens aparecem repetidamente em suas pinturas", complementa Stahl, sobre padrões que podem ter sido utilizados inconscientemente por Pollock. "Sua notável habilidade de esconder essas imagens à vista de todos pode ter sido parte de seu gênio criativo, e também pode ter sido aprimorada pela dotação de extraordinárias habilidades visuais espaciais que foram descritas em alguns pacientes bipolares".

Transtorno artístico?
Paul Jackson Pollock nasceu em 28 de janeiro de 1912 na cidade de Cody, em Wyoming, nos Estados Unidos. Filho de um fazendeiro, ele viajou com seu pai por todo o país, adquirindo assim diferentes inspirações, de várias vanguardas artísticas, o que impulsionou na criação de seu próprio estilo, com composições semi-abstratas.
Ao longo de sua vida, Pollock chegou a receber diagnósticos que o classificavam como alguém com "psicose alcoólica", "personalidade esquizoide" ou um "transtorno semelhante à esquizofrenia", com quadros de extrema agitação, seguidos por períodos de retraimento ou paralisia. Hoje, porém, esses termos não são mais adotados pela psicologia, e uma avaliação mais moderna sugere que, na verdade, ele sofria com transtorno bipolar.
E esse quadro não é exclusivo de Pollock, no mundo da arte. Diversos estudos sugerem que transtornos mentais crônicos podem se relacionar a altos níveis de criatividade e genialidade. Outro exemplo bastante famoso de artista que sofria com transtorno de bipolaridade era Vincent van Gogh, que registros históricos apontam que alternava frequentemente entre períodos de intensa inspiração artística, seguidos por fases de profunda depressão.


