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Exposição de Salvador Dalí na Índia exibe obras de arte raras
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Exposição de Salvador Dalí na Índia exibe obras de arte raras

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Aventuras Na História
10/02/2025 14h45
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©Getty Images
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Salvador Dalí, uma das figuras mais emblemáticas do movimento surrealista, deixou um legado cultural amplamente reconhecido, marcado por suas obras icônicas, como os relógios derretidos em "A Persistência da Memória" e seus impactantes autorretratos.

Comemorando os 120 anos desde seu nascimento no ano passado, o jornalista Alastair Smart, do The Independent, observou: "Se o mundo fosse um palco, Dalí desejava ser o protagonista principal."

A partir de agora, entusiastas da arte na Índia terão a chance de apreciar as criações de Salvador Dalí de perto, com a chegada da exposição "Dalí: A Coleção Argillet" em Nova Délhi, que conta com mais de 200 gravuras, desenhos e tapeçarias.

Esta coleção foi exibida pela primeira vez na Índia em novembro de 2024 e foi cuidadosamente organizada por Christine Argillet, a partir dos arquivos de seu pai, Pierre Argillet, um editor francês e colaborador próximo de Dalí.

Os dois se conheceram na França no final da década de 1950 e mantiveram uma parceria criativa que se estendeu por duas décadas, transformando-se em uma amizade duradoura até a morte de Dalí em 1989.

Antes de falecer em 2001, Pierre Argillet reuniu uma coleção significativa de obras raras de Dalí, que agora Christine organizou em seções distintas para a exposição.

Christine revelou ao The Indian Express que "Dalí sempre teve fascínio pelos mitos indianos que inspiraram muitas das mitologias grega, romana e europeia".

Ela destacou que o artista criou uma série de 11 gravuras em 1970 que ilustravam o movimento hippie, refletindo o paralelo entre o interesse ocidental pela espiritualidade indiana e a curiosidade dos indianos pela cultura ocidental.

A exposição

A exposição já foi apresentada em renomados locais como o Musée Boymans em Rotterdam; o Museu Pushkin em Moscou e o Museu Dalí em Figueres, na Espanha. Ela inclui esboços inspirados por fotografias tiradas por Pierre Argillet durante uma viagem à Índia nos anos 70 — época em que jovens americanos buscavam iluminação espiritual naquele país.

Uma história fascinante sobre a conexão de Dalí com a Índia remonta a 1967, quando a Air India encomendou ao artista um conjunto limitado de cinzeiros para seus clientes VIP. Curiosamente, ele foi pago não em dinheiro, mas com um elefante.

Jot Singh, então responsável pelas relações-públicas da companhia aérea, encontrou Dalí acidentalmente em um hotel em Nova York e fez o pedido. Os cinzeiros eram inspirados na obra "Cisnes Refletindo Elefantes" de 1937 e apresentavam um design que criava imagens duplas — aparecendo como cisnes ou elefantes dependendo da posição.

Dalí expressou seu desejo por um elefante como forma de pagamento, afirmando: "Quero mantê-lo em meu olival e observar os padrões de sombras que a luz da lua projeta sobre suas costas", repercute o The Independent.

A companhia aérea atendeu ao pedido e transportou um elefante de dois anos de Bengaluru para Genebra; daí foi levado para a casa do artista em Cadaqués, na Espanha. Embora Dalí tivesse planos de atravessar os Alpes montado no animal, isso nunca se concretizou e o elefante permaneceu no zoológico de Barcelona até sua morte em 2018.

A lembrança que Christine Argillet guarda do artista é a de um homem "muito humorístico e elegante", frequentemente exibindo uma maneira excêntrica e alegre. Ela passou grande parte da infância na companhia de Dalí, sendo carinhosamente chamada por ele de "A Pequena Infanta". Em suas obras expostas na Índia, observa-se claramente seu amor por misturar diferentes culturas.

A curadora menciona elementos culturais variados nas gravuras apresentadas: "Podemos observar esses elementos na gravura sobre Santiago de Compostela, onde Dalí combina guitarristas hippies com um violoncelista maduro ao lado de um elefante e um personagem chinês perto do famoso local de peregrinação." Além disso, muitos trabalhos exibem formas do 'yin-yang', simbolizando amor nas narrativas retratadas.

Dentre as obras expostas estão também 21 gravuras ilustrando a trágica peça "Fausto", escrita por Johann Wolfgang von Goethe. Outro destaque será "Estudo para os Demônios", uma série de ilustrações que Dalí criou em 1968 baseadas nos poemas de Mao Zedong, unindo sátira política à exploração da cultura chinesa.

A exposição "Dalí Chega à Índia" será realizada no India Habitat Centre entre os dias 7 e 13 de fevereiro, antes de ser transferida para a Masarrat Gallery do Bruno Art Group entre 15 de fevereiro e 16 de março.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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