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Michael Jackson: Os melancólicos dias finais do Rei do Pop
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Michael Jackson: Os melancólicos dias finais do Rei do Pop

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Aventuras Na História
25/06/2025 18h00
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Várias pessoas e bandas marcaram a história da música, tornando-se verdadeiras estrelas. Mas certamente poucas conseguiram brilhar mais que Michael Jackson, um dos maiores artistas que o mundo já viu.

Nascido no dia 29 de agosto de 1958, ele estreou no mundo da música ainda na década de 1960, com apenas seis anos de idade, ao lado de seus irmãos mais velhos, como o grupo Jackson 5.

Porém, mesmo com a pouca idade, ele se destacou como vocalista principal e dançarino e, em 1971, começou sua carreira solo — abandonando o grupo em 1984, para focar exclusivamente em sua própria fama.

Em sua carreira, Michael viveu um verdadeiro estrelato: além da merecida fama de "Rei do Pop", em 1982 ele lançou 'Thriller', que somente naquele ano vendeu 66 milhões de cópias e se tornou o álbum mais vendido do mundo, título que carrega até hoje, além de ter criado vários sucessos como 'Billie Jean', 'Beat It' e 'Smooth Criminal' — e popularizado passos de dança como o moonwalk.

Michael Jackson durante apresentação em 1993 / Crédito: Getty Images

Porém, há exatos 16 anos, no dia 25 de junho de 2009, aconteceu uma tragédia que deixou para sempre uma lacuna que, provavelmente, nunca será preenchida na história da música: Michael Jackson faleceu, aos 50 anos, em sua casa alugada em Los Angeles.

Nesse momento, o Rei do Pop já não vivia mais o auge de sua carreira. Ele se preparava para sua turnê de retorno, 'This Is It', em que planejava retornar à música e à sua criatividade, pelas quais foi tão reconhecido, enquanto vivia uma luta constante contra o vício em medicamentos prescritos, com dúvidas sobre si mesmo e profundamente endividado.

O nome de Michael Jackson também estava associado a uma série de polêmicas, como acusações de abuso infantil — pelas quais ele foi absolvido em 2005 — e vício em medicamentos.

Mas sua dívida crescente, estimada em cerca de US$ 400 milhões na época, certamente era um de seus maiores problemas, ao lado dos hábitos de consumo extravagantes. Sobre o vício em medicamentos, o mundo se surpreendeu quando, em 2007, uma farmácia de Beverly Hills registrou uma queixa contra Michael Jackson devido a uma conta de US$ 101.926 em medicamentos prescritos.

Ainda no início de 2010, um relatório oficial revelou que a causa de sua morte foi uma intoxicação aguda por propofol, um medicamento que pode ser usado para anestesia geral e sedação em procedimentos médicos. E uma série de relatos apontam que, nos dias anteriores, o ícone pop viveu períodos de grande angústia e caos.

Michael Jackson saindo de julgamento sobre abuso infantil em 2005 / Crédito: Getty Images

Preparação tensa

Antes de 'This Is It', Michael Jackson havia escrito novas músicas e, segundo o site Biography, ensaiava várias horas por dia em preparação à turnê de retorno, que prometia ser um verdadeiro espetáculo. Porém, conforme os shows ficavam mais próximos, o comportamento do artista vinha levantando cada vez mais preocupações.

Karen Faye, maquiadora e cabeleireira do 'This Is It', descreve que Michael estava emocionalmente frágil e fisicamente magro em seus últimos dias, além de aparentar estar "paranoico, tremendo de calafrios e se repetindo".

Vale mencionar que Faye testemunhou a favor da mãe do artista, Katherine, e seus filhos, durante o processo de homicídio culposo contra a promotora de shows da turnê, a AEG Live, em 2013.

Ela contou que ele estava "muito otimista, mas estava magro", em abril de 2009, em um encontro anterior. Porém, em junho, um mês antes da morte, ele estava muito diferente: "Ele não era o homem que eu conhecia. Ele estava agindo como uma pessoa que eu não reconhecia".

Faye também relatou que, durante um ensaio, Jackson parecia "assustado" e incomodado com algo: "Ele repetia sem parar: 'Por que não posso escolher?', era uma das coisas que ele repetia sem parar". Ela ainda mencionou que "nunca o tinha visto tão emagrecido" — nesse momento, com seus quase 1,80 m de altura, Michael estava pesando cerca de 60 kg.

Michael Jackson em maio de 2008 / Crédito: Getty Images

Problemas médicos

Uma figura central na trama em torno da morte de Michael Jackson era seu médico pessoal, Conrad Murray. Eles se conheceram em 2006, quando Murray tratou um dos filhos do rei do pop em Las Vegas, e em maio de 2009 ele foi contratado pela AEG Live para ser o médico exclusivo do cantor durante a turnê — embora, posteriormente, a AEG tenha negado um contrato com Murray.

Vale mencionar que, em 2009, Michael já estava em tratamento para algumas dores persistentes — devido a queimaduras que sofreu na cabeça durante filmagens de um comercial da Pepsi em 1984, e a uma lesão nas costas quando uma ponte suspensa despencou sobre o palco em que ele estava durante um show em Munique, na Alemanha.

Além disso, o artista também enfrentava dificuldades para dormir, em especial após apresentações em turnê. Dessa forma, o papel de Murray era, principalmente, de garantir que o artista estivesse em forma para seus shows. E conforme a estreia de 'This Is It' se aproximava, relatou o médico à polícia posteriormente, ele precisou administrar até mesmo infusões de propofol no cantor, para ajudá-lo a dormir. 

Em 13 de junho de 2009, após um ensaio ruim, Murray aconselhou Jackson a faltar ao ensaio do dia seguinte; mas ele acabou não comparecendo por mais algum tempo. Quando retornou, no dia 19, ele parecia "perdido, com frio, com medo", segundo testemunhou o diretor do show, Kenny Ortega, no processo de homicídio culposo de 2013 contra a AEG.

Nesse momento, Ortega pensou que o melhor a se fazer, considerando a situação, era interromper a produção; porém, ele estava dividido, pois "não queria partir o coração de Michael". Em e-mails para executivos da AEG Live, ele escreveu que o artista mostrava "sinais de paranoia, ansiedade e comportamento semelhante ao transtorno obsessivo", e recomendou que um psiquiatra fosse enviado para avaliar o astro.

No entanto, em uma reunião na casa de Michael, no dia 20 de junho, Murray atestou para Ortega que acreditava que o músico era "física e emocionalmente capaz de lidar com todas as suas responsabilidades como artista", e que apenas ele deveria tomar decisões referentes à saúde do artista.

Conrad Murray durante julgamento em 2011 / Crédito: Getty Images

Tragédia

No dia 23 de junho, Michael Jackson finalmente conseguiu retornar aos ensaios, dessa vez aparentemente revigorado. "Fiquei radiante com sua energia, seu estado de espírito, seu entusiasmo", testemunhou Ortega. Aos investigadores, Murray admitiu posteriormente que, nesse momento, havia parado de usar propofol para induzir o sono de Michael nas duas noites anteriores.

Já no dia seguinte, Jackson teve outro ótimo ensaio, que terminou por volta da meia-noite, com o artista abraçando seus dançarinos e agradecendo à equipe envolvida. Ele então voltou para casa, e ainda cumprimentou um grupo de fãs que estava reunido do lado de fora do local de ensaio, o Staples Center, no centro de Los Angeles.

O que parecia ser os primeiros sinais de que a turnê seria um sucesso, na verdade, era a calmaria antes da tempestade. Naquela mesma noite, Michael começou a reclamar de fadiga com seu médico, que, preocupado com o vício do cantor em propofol, decidiu administrar outros medicamentos para ajudá-lo a dormir, como Valium.

Ao longo da noite, ele precisou dar mais doses de sedativos, com outros remédios, embora nenhum fosse propofol, que o cantor solicitou repetidamente. Mas no meio da manhã de 25 de junho, Murray cedeu ao pedido do artista, e adicionou propofol ao soro intravenoso.

À polícia, Murray disse que permaneceu ao lado de Michael por 10 minutos após administrar o medicamento, e foi ao banheiro. Quando retornou, menos de dois minutos depois, se deparou com o rei do pop sem respirar.

O médico tentou reanimar Michael, da mesma forma como os paramédicos que chegaram rapidamente ao local. Uma equipe de médicos ainda tentou ressuscitá-lo no Centro Médico da UCLA, para onde ele foi levado às pressas, mas também não tiveram sucesso. Foi então que o mundo, que aguardava o retorno do Rei do Pop, perdeu de fato essa estrela; Michael Jackson foi declarado morto.

Michael Jackson no MTV Video Music Awards de 1995 / Crédito: Getty Images

Por fim, vale mencionar que Conrad Murray foi acusado e condenado por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — voluntário pela morte de Michael Jackson, e cumpriu dois anos de uma pena de quatro anos de prisão, sendo libertado no dia 28 de outubro de 2013, após uma mudança na lei da Califórnia permitir que seu tempo detido fosse reduzido. A AEG Live, por sua vez, foi considerada inocente no processo por homicídio culposo.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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