Naufrágio do Bateau Mouche na Baía de Guanabara vira série

A HBO acaba de iniciar as gravações de sua nova série documental, que irá retratar o naufrágio do Bateau Mouche, na noite do réveillon de 1989. Durante um passeio pela Baía de Guanabara na virada do ano, a embarcação afundou, matando 55 pessoas. 

A produção, gravada no Rio de Janeiro, não tem previsão de estreia. Conforme repercutido pelo jornal O Globo, a série tem direção de Tatiana Issa e Guto Barra, que já trabalharam juntos em ‘Pacto Brutal – O assassinato de Daniella Perez’ (2022).

Inicialmente batizada de Kamaloka, a embarcação Bateau Mouche IV foi fabricada em Fortaleza, no ano de 1970, para servir como um barco de pesca. Mas ao longo dos anos, ela sofreu diversas alterações, chegando a receber um terraço suplementar. 

No momento do acidente, os passageiros se deslocaram na embarcação para assistir a queima dos fogos de artifício, resultando em uma rápida redistribuição de peso nos decks superiores, e no eventual naufrágio às 23h50.

Sobre o naufrágio

Em um primeiro momento, as autoridades consideraram o acidente como uma fatalidade, porém, durante a investigação, foi determinado que a responsabilidade pela tragédia recaía sobre a empresa de turismo. Segundo as conclusões do inquérito, a embarcação estava transportando mais passageiros do que sua capacidade permitia.

O excesso de carga combinado com o número de passageiros, a movimentação dos turistas a bordo da embarcação e a ineficácia das bombas de esgotamento, também contribuíram para o incidente fatal.

Além disso, a troca do piso de madeira por um de concreto e o posicionamento inadequado de duas caixas d'água no convés alteraram o centro de gravidade da embarcação, facilitando o naufrágio do Bateau Mouche IV.

Com 142 pessoas a bordo, o dobro da capacidade permitida, o acidente do Bateau Mouche IV tirou a vida de mais de 50 pessoas. Entre as vítimas estava a atriz Yara Amaral, que faleceu na hora, e o ex-ministro do Planejamento, Aníbal Teixeira, que sobreviveu ao naufrágio. 

Na ocasião, as investigações foram conduzidas pelas autoridades do estado do Rio de Janeiro e pela Capitania dos Portos.