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O crime real de 'As Mil Mortes de Nora Dalmasso', da Netflix
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O crime real de 'As Mil Mortes de Nora Dalmasso', da Netflix

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Aventuras Na História
21/06/2025 18h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16547026/original/open-uri20250621-18-u1f5v2?1750528987
©Divulgação/Netflix
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Estreou nesta quinta-feira, 19, na Netflix, a minissérie documental As Mil Mortes de Nora Dalmasso. Dividida em três episódios, a produção apresenta um olhar íntimo e contundente sobre um dos crimes mais controversos da Argentina. 

Com acesso inédito ao círculo familiar da vítima, a narrativa é construída a partir dos depoimentos dos filhos, Facundo e Valentina Macarrón, e do viúvo, Marcelo Macarrón — que falam publicamente com profundidade pela primeira vez.

Dirigida por Jamie Crawford (Fiasco Total: Woodstock 99), a série faz uma reconstrução do crime e da cobertura sensacionalista que o acompanhou, utilizando vídeos caseiros, material de arquivo inédito e entrevistas com advogados, jornalistas e investigadores.

Ao mesmo tempo, lança um alerta sobre o papel da imprensa e das instituições de Justiça em casos de grande comoção pública — e sobre o custo humano de erros investigativos e julgamentos precipitados.

Relembre o caso

O caso de Nora Dalmasso ocorreu em 25 de novembro de 2006. Aos 51 anos, a arquiteta foi encontrada morta em sua casa, no condomínio de luxo Villa Golf, em Río Cuarto, na província de Córdoba.

Estava sozinha naquele fim de semana. Seu corpo foi localizado por um vizinho, nu, com sinais de violência sexual e estrangulamento com o cinto do próprio roupão. A brutalidade da cena rapidamente alimentou um escândalo nacional.

A partir daí, o foco se deslocou das provas técnicas para a vida privada da vítima e de sua família. Inicialmente, um pedreiro foi acusado sem base concreta e logo descartado. Em seguida, os investigadores miraram Facundo, filho de Nora, então um estudante universitário.

Um jornal local expôs sua orientação sexual e, pouco depois, ele foi acusado de matar a mãe durante uma suposta discussão por esse motivo. A promotoria baseou a acusação em uma amostra de DNA incompleta — mesmo sem que Facundo estivesse sequer na cidade no momento do crime.

Mais tarde, essa mesma amostra seria usada para acusar o pai, Marcelo Macarrón, que estava em Punta del Este, no Uruguai, participando de um torneio de golfe. Promotores alegaram que ele teria feito um “voo fantasma” até Río Cuarto para cometer o crime ou, alternativamente, que teria contratado matadores. Nenhuma das teses se sustentou.

Em julho de 2022, Marcelo foi absolvido por falta de provas — a pedido da própria promotoria. Segundo o jornal Clarín, somente em dezembro de 2024, quase duas décadas depois do crime, um novo exame de DNA identificou outro suspeito: o criador de maquetes Roberto Bárzola, de 45 anos.

Amostras compatíveis com seu perfil genético foram encontradas no cinto usado para o estrangulamento e em um pelo pubiano coletado na cena. Embora seu nome já tivesse sido citado em fases anteriores da investigação — inclusive com recomendação do FBI para que fosse incluído entre os suspeitos — os promotores da época preferiram manter o foco na família Dalmasso.

Em 2025, a defesa de Bárzola pediu o encerramento da ação penal com base na prescrição, argumentando que o tempo legal para punição já teria se esgotado. No entanto, em 30 de maio, o juiz Diego Ortiz rejeitou esse pedido e determinou a continuidade das investigações, afirmando que o Estado tem o dever de buscar a verdade histórica.

Desde então, foram realizados exames psicológicos e revisões de antecedentes do acusado. Bárzola segue em liberdade, com obrigações de comparecimento, mas sem restrições de viagem. Em março de 2025, seus advogados renunciaram ao caso, e a promotoria reforçou que as provas genéticas contra ele permanecem ativas e consistentes, informou o Clarín.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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