Titan: Documentário da Netflix expõe acusações contra CEO: "Narcisista" e "psicopata"

Aventuras Na História






O novo documentário da Netflix 'Titan: A Tragédia do Submersível da OceanGate' traz à tona acusações contundentes contra Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate, responsabilizando diretamente sua ambição desmedida e desprezo por alertas técnicos pela tragédia que resultou na morte de cinco pessoas, incluindo ele próprio, durante uma expedição ao Titanic em junho de 2023.
Ex-funcionários da empresa relatam um ambiente de trabalho marcado por decisões arriscadas, censura a críticas e um culto à personalidade de Rush, descrito por alguns como "narcisista" e até "psicopata clínico limítrofe".
Segundo Tony Nissen, ex-engenheiro da OceanGate, a empresa ignorava deliberadamente os riscos do submersível experimental feito de fibra de carbono — um material considerado imprevisível sob altas pressões submarinas.
"Ele queria ser um Jeff Bezos ou um Elon Musk", lembra Bonnie Carl, ex-diretora financeira. Já a gerente de projetos Emily Hammermeister conta que todas as preocupações técnicas eram sistematicamente ignoradas: "Stockton estava tão determinado a chegar ao Titanic que ninguém conseguia dissuadi-lo".
O documentário revela ainda gravações e documentos internos, como os testes de pressão que indicavam falhas no casco do Titan muito antes da viagem fatal. Em um dos trechos, Rush reage com fúria após o submersível falhar: "Não conseguimos nem passar dos 4.300 PSI".
Segundo o 'New York Post', mesmo diante dos alertas, Rush seguiu com os mergulhos. O jornalista Mark Harris explica que a fibra de carbono usada era uma aposta arriscada: "O titânio é bem compreendido. A fibra de carbono não. As microfissuras podem se abrir sem aviso".
Relatos de ex-funcionários mostram que quem tentava denunciar falhas era silenciado.David Lochridge, ex-diretor de operações marítimas, foi demitido após apresentar um relatório de segurança. Em uma reunião gravada, Rush diz: "Estou fazendo coisas completamente fora do padrão. E não vou forçar ninguém a se juntar à minha religião se não quiser".
Tragédia
No dia 18 de junho de 2023, o Titan perdeu contato com a superfície pouco mais de uma hora após iniciar a descida. Após quatro dias de busca internacional e cobertura intensa da mídia, os destroços foram encontrados: o submersível havia implodido. Todos a bordo — Rush, Hamish Harding, Paul-Henri Nargeolet, Shahzada e Suleman Dawood — morreram instantaneamente.
O documentário termina com reflexões amargas de quem sobreviveu à empresa. Hammermeister diz que o ambiente na OceanGate nunca foi "normal" e que se sentia desconfortável em trancar pessoas dentro do submersível. Para Lochridge, a tragédia foi o desfecho inevitável do ego de Rush: "Ele queria fama. E conseguiu. Ao custo de cinco vidas".


