Sindicato dos Artistas faz novas denúncias contra influencers na Globo: 'Fracasso'

Contigo!






Nos últimos meses, o nome de Rafael Vitti esteve envolvido em uma grande polêmica após o ator ser denunciado ao Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro (Sated-RJ). Uma nova fiscalização mostrou que o ator não tinha DRT, registro profissional exigido para os artistas atuarem em produções audiovisuais, que logo foi atrás da instituição para conseguir sua regularização. Apesar disso, outros influenciadores digitais continuam "burlando" o sistema para atuar em novelas, séries e filmes. Em entrevista à Contigo!, Hugo Gross, presidente do órgão, comenta sobre o caso e reforça que nomes como Rafa Kalimann e Patricia Ramos prejudicam essa questão na área artística.
"Ele já tinha feito outros trabalhos. A gente poderia até ter negado. Os cistineiros, a diretoria e o sindicato podiam ter negado, mas a gente tem também um bom senso. A gente mais uma vez... O sindicato não está aqui para proibir ninguém de trabalhar. Nós estamos aqui fazendo as coisas para cumprir a lei e proteger o trabalhador da arte. É isso que o Sated faz (...) Quem é artista que não tem registro e quer se profissionalizar, tem que estudar", explica.
Além disso, Hugo Gross aponta que o principal objetivo das emissoras, e em especial a Globo, é procurar artistas que atraiam o público com seus seguidores: "'Nossa, olha só, fulana tem... Rafa Kaliman tem milhões de seguidores'. Olha que bicho deu. Notório ver o fracasso disso sem estudo. Então, a pessoa pode ser muito gente boa, muito bacana, mas não entende da interpretação, não entende da tônica de um texto, não sabe se posicionar perante a uma câmera ou perante a um palco. Então, hoje em dia, é só ter seguidores que vai virar Fernanda Montenegro, vai virar Carlos Vereza? Não, né?".
"Eu entendo que as emissoras colocam ele no largo dos leões e não está nem aí porque ela está preocupada com o número, com ibope, com dinheiro, com salário. Então, ela pega as pessoas que têm seguidores e coloca ali, sem eira nem beira. E a gente que descobriu, o Sated que descobriu que ele não tinha registro. Coitado, Rafael Vitti é um bom menino. Esteve no sindicato, humildemente, conversou... Eu fiz uma novela com o pai dele e ele chegou de boa lá, mostrando que ele fazia o trabalho e que foi a própria TV Globo que chamou ele para fazer e não sabia como é que era. Então dei uma oportunidade. Mas a TV Globo é que é culpada de contratar sem registro profissional. Por que? Porque ela não valoriza isso. Ela valoriza o número", dispara.
"Quando ela quer mandar alguém embora também, ela não valoriza o idoso que se dedicou anos e anos que trouxe para ela milhões de reais. Ela manda embora então da mesma maneira na escala que dentro da cabeça dela. E é um nicho de pessoas ali dentro. E tenho certeza que a família Marinho não sabe disso. Tenho certeza até que o senhor Amauri Soares não sabe disso, mas tem um grupo lá que pensa que manda, que acho que é Deus mesmo, né?", conclui.
O profissional ainda diz que uma produtora tentou enganar o Sated, mas que logo descobriram todas as mentiras: "A gente está sempre de olho aberto. Então, a gente mostra a transparência que eles não têm quando escalam sem registro e a gente descobre. Isso que é chato". "A categoria fica de olho quando você vê uma pessoa que não tem registro atuando ou que vai atuar. Muitas pessoas, até funcionários da própria emissora, falam: 'Que absurdo, não tem registro'. Então, como é que é uma pessoa... Eu vou dar um exemplo de uma influencer chamada Patrícia Ramos, que ela não tem registro", comenta.
"Ela apareceu no Sated dizendo que era atriz, que tinha registro... Não sabia nem qual era a diferença entre figurante e ator e falou que tinha um registro. Quando nós fomos ver... Eu vi, eu peguei na minha mão, eu tenho um número lá: figurante. Eu até disse para ela: Não mostra isso para ninguém não. Mas ela é artista. Por quê? Porque ela tem muitos seguidores, então dá o direito dela ser atriz sem nenhum preparo? Porque a pessoa chega para você e te dar conselho de vida espiritual. Então, assim, eu dou conselho de espiritualidade, de casamento, de investimento, então me dá o direito de ser atriz. Então sou praticamente uma Fernanda Montenegro, uma Glória Pires, não é assim?", ironiza.
"Então, assim, a gente está aqui realmente para fazer cumprir a lei. E a gente realmente trabalha junto a gente. Se tiver que entrar com ação, assim faremos, porque a gente está aqui para proteger o ator, o artista (...) Quantas pessoas saíram da faculdade, são sindicalizadas, têm o registro e estão sem trabalhar? É muito triste isso. A regulamentação faz com que você pegue pessoas qualificadas. Isso é uma grande diferença", finaliza.


