A Meia-Irmã Feia: 5 coisas para saber sobre o terror inspirado em Cinderela

“Todos nós ansiamos por ser amados, e eu vi tudo isso nessa personagem”: é assim que a diretora e roteirista norueguesa, Emilie Blichfeldt, defende ao Screen Rant a ideia de trazer para os cinemas a história jamais vista de uma das meias-irmãs da princesa titular do conto “Cinderela”, do francês Charles Perrault, em “A Meia-Irmã Feia” (The Ugly Stepsister).

Com data já definida para chegar ao Brasil, o filme se apoia no body horror, um subgênero do cinema de terror, enquanto direciona as lentes para Elvira, uma das filhas da Madrasta que, no romance original, ajuda a maltratar Cinderela, trazendo como foco as angústias da personagem em meio a diferentes pressões sociais.

Pensando no longa, a RECREIO reuniu 5 coisas para saber sobre o terror inspirado em Cinderela que já tem o selo fresh no Rotten Tomatoes, com 96% de aprovação da crítica especializada:

1. Para quem é recomendado?

Antes de descobrir mais sobre o título, é necessário ter em mente que, apesar de ainda não ter a classificação indicativa revelada, o filme não será indicado para o público infantil.

Isso porque, pertencente ao subgênero body horror, a história pretende causar medo e desconforto em quem assiste ao trazer cenas de desfiguração e transformação grotesca do corpo humano, enquanto apresenta as dores de Elvira.

2. Qual é a história?

Em “Cinderela”, de 1697, a madrasta malvada, junto de suas duas filhas que tinham inveja da beleza de Cinderela e a transformaram em uma serviçal sem o direito de ir e vir, acabam a mercê quando a princesa consegue dar uma reviravolta na história ao provar o sapatinho de cristal e se casar com o príncipe.

Já na trama do novo filme, é possível descobrir mais do lado antagonista da narrativa ao ver que Elvira é sempre referida como a irmã feia de Agnes, a Cinderela dessa versão — pressão que piora quando o pai da família morre, já que as dificuldades financeiras despertam uma ideia para que elas não caiam em miséria: fazer com que Elvira se case com o príncipe.

A missão, no entanto, não é nada fácil. Afinal, competindo com Cinderela e em um reino em que a beleza pode ser brutal, Elvira passará por transformações dolorosas para fazer com que o pequeno sapatinho de cristal realmente sirva em seu pé.

3. Como a ideia surgiu?

A diretora Emilie Blichfeldt é conhecida por trazer personagens que têm a vida impactada pela pressão estética sobre os corpos femininos. Dessa forma, enquanto trabalhava em outro título, ela acabou pensando no enredo de Elvira, a qual enfrenta a missão dolorosa de se adequar a padrões para conquistar o príncipe.

“Tive uma visão em que minha personagem sonhava que era a Cinderela e calçava o sapato e ficava muito feliz porque o príncipe era o garoto dos seus sonhos, ou algo assim. Mas então, para seu horror e desespero, ela percebeu que havia cortado os dedos do pé para calçar o sapato, porque havia sangue saindo do sapato”, começou explicando ao ScreenRant. “Quando acordei daquele cochilo, pensei: ‘Meu Deus, essa é uma personagem que eu nunca tinha visto antes’”.

A ideia foi aprimorada durante oito anos, sendo cinco deles para criar o roteiro — com o qual Blichfeldt admite se identificar, já que viveu pessoalmente o ponto de principal crítica presente no enredo.

“Eu nunca tinha sentido uma conexão com essa personagem antes”, disse Blichfeldt à Variety. “Eu também cresci achando-as horríveis e tendo empatia pela Cinderela, torcendo para que eu fosse aquela garota. Mas, de repente, caiu a ficha: passei muito tempo tentando me encaixar em sapatos pequenos demais, lutando com a imagem e sonhando desesperadamente que me encaixaria nos padrões de beleza. Quando redescobri essa personagem já adulta, foi marcante, porque ela é a personagem que eu sempre fui até agora”.

4. Quem está no elenco?

Para fazer com que o roteiro ganhasse vida nas telas, Lea Myren (Kids in Crime) foi escalada para dar vida a Elvira, Isac Calmroth (Evil) foi quem conquistou o papel do Príncipe Julian, Thea Sofie Loch Næss (Inferno em La Palma) foi a escolhida para Agnes e Ane Dahl Thorp (A Onda) é quem viverá a Madrasta Má.

5. Quando estreia?

A trama estreou no Festival de Cinema de Sundance em 23 de janeiro de 2025 na Seção da Meia-Noite, e chegará aos cinemas nacionais em 23 de outubro com distribuição da Mares Filmes e da Alpha Filmes.