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Paixão transformada em propósito: ultramaratonista brasileiro já destinou R$ 10 milhões a hospitais infantis
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Paixão transformada em propósito: ultramaratonista brasileiro já destinou R$ 10 milhões a hospitais infantis

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Bons Fluidos
16/12/2025 00h00
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Transformar a paixão pelo esporte em um propósito maior. Foi exatamente o que fez Marcelo Alves, ultramaratonista brasileiro que já percorreu o mundo representando o país em provas marcadas por condições extremas. Em 2019, ele criou o projeto The Hardest Run, maior corrida solidária da América Latina. Atualmente, já conseguiu destinar mais de R$10 milhões a hospitais beneficentes dedicados ao tratamento de crianças com câncer.

História emocionante

Marcelo sempre foi apaixonado por esportes e nunca limitou-se na corrida. Em 2012, decidiu testar seus próprios limites, colocando o corpo e mente à prova. Estreou nas maratonas e ultramaratonas levando a bandeira da doação de medula óssea, transformando a corrida em um gesto de conscientização.

Foi nesse caminho que descobriu um propósito ainda maior: usar cada quilômetro para representar causas que salvam vidas. Desde então, já participou de 18 provas em diferentes partes do planeta, sempre carregando a bandeira do Brasil e a missão de fazer a diferença por meio do esporte.

Novo projeto

Em 2019, seu compromisso social culminou na criação da The Hardest Run, a maior corrida de rua solidária da América Latina. O evento nasceu com a missão de unir superação esportiva e solidariedade, e bate recordes a cada edição, não apenas de público, mas também de arrecadação, transformando suor e resistência em apoio concreto para instituições de saúde infantil.

Cada inscrição é uma doação direta. A última edição da Corrida e Caminhada The Hardest Run 2025 reverteu o valor das inscrições à ampliação do Espaço da Família do Hospital Erastinho e à construção de uma área dedicada e exclusiva a cuidados paliativos para crianças em tratamento oncológico. O evento contou com a participação de 16.237 pessoas e uma arrecadação que somou R$ 2.273.180,00. 

Maratonas

Entre os feitos que marcaram sua trajetória está o desafio “7 maratonas em 7 continentes em 7 dias”, uma das provas mais exigentes do mundo. Marcelo foi o primeiro sul-americano a completar o World Marathon Challenge, correndo em lugares tão distintos quanto o deserto gelado da Antártida e o calor escaldante de Dubai, tudo dentro de um curtíssimo espaço de tempo.

“Tínhamos que atravessar continentes de avião, partindo imediatamente após terminar cada maratona. Entre refeições rápidas e breves momentos de descanso no próprio voo, já nos preparávamos para o próximo desafio”, lembra.

Antártida

Na Antártida, enfrentou temperaturas capazes de congelar um membro em minutos. “Se você deixa a mão imóvel por muito tempo, ela pode necrosar. Lá, cada detalhe é questão de sobrevivência. Corremos sozinhos, guiados apenas por bandeirinhas no gelo. O silêncio é absoluto e exige preparo mental tanto quanto físico”, relembra. Para suportar, treinava de madrugada em Curitiba, em silêncio, simulando a solidão da corrida polar.

Amazônia

Já na Amazônia, durante a Jungle Marathon, ultramaratona realizada na Floresta Nacional do Tapajós, no Pará, prova que pode ultrapassar os 250 quilômetros, percorridos em etapas que atravessam rios, pântanos e mata fechada. Além do calor que facilmente passa dos 40 °C e da umidade próxima de 100%. O isolamento, o contato direto com a natureza selvagem e a necessidade de resistência física e mental extrema fazem da ultramaratona um verdadeiro teste de sobrevivência, e apenas poucos conseguem concluir todas as etapas.

“O calor era sufocante, a umidade quase insuportável e a obrigação de carregar todo o próprio equipamento, comida, rede para dormir, kit de sobrevivência, tornavam cada dia uma batalha à parte. Cheguei a cortar a barra da camisa para reduzir alguns gramas e cansar menos. À noite, armávamos a rede no meio da selva, cercados por aranhas e cobras. No dia seguinte, mais uma maratona nos aguardava. Foi, sem dúvida, uma das provas mais duras e, ao mesmo tempo, mais bonitas que já vivi”.

Missão de vida

Essa jornada de superação acabou se transformando em missão. “As corridas me mostraram que o limite não é o fim, é o começo. E decidi usar essa experiência para ajudar quem enfrenta a prova mais difícil de todas, que é o câncer infantil”. Hoje, Marcelo não é apenas um atleta. É um símbolo de como o esporte pode extrapolar fronteiras, atravessar continentes e se tornar ferramenta de solidariedade. Do gelo ao calor, do esforço individual ao impacto coletivo, sua corrida mais importante é a que leva esperança a milhares de crianças em tratamento pelo Brasil.

*Fonte: Engenharia de Comunicação

Leia também: O que acontece no corpo enquanto corremos uma maratona?”

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