José Maria Marin, ex-presidente da CBF, morre aos 93 anos

Na madrugada deste domingo, 20, em São Paulo, morreu José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aos 93 anos. Reconhecido por sua extensa atuação tanto no cenário esportivo quanto na política, Marin teve papel de destaque em diversas instituições, incluindo passagens marcantes pela Federação Paulista de Futebol e pelo governo do estado de São Paulo. Segundo informações oficiais, Marin estava internado no hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, onde aconteceu o falecimento; a causa, contudo, não foi divulgada.

José Maria Marin nasceu em 6 de maio de 1932 e sua trajetória foi marcada por posições de liderança em diferentes áreas. Antes de assumir cargos no futebol, exerceu mandatos como vereador e deputado estadual em São Paulo, sendo uma figura presente na vida política do estado durante as décadas de 1960 e 1970. Posteriormente, ocupou o cargo de vice-governador ao lado de Paulo Maluf e chegou a comandar o executivo paulista em 1982, durante um período de direcionamento político diferenciado pelas regras da Ditadura Militar.

Como foi a carreira política de José Maria Marin?

A entrada de Marin na política ocorreu em um contexto de intensas transformações sociais e políticas no Brasil. Começando como vereador em São Paulo, ele logo ascendeu à Assembleia Legislativa, tornando-se deputado estadual. Durante todo o período militar, permaneceu vinculado a cargos eletivos e executivos, assumindo funções que exigiam habilidade para navegar em ambientes de decisões indiretas e acordos políticos. Em 1979, tomou posse como vice-governador do estado e, ao final do mandato, por sucessão administrativa, tornou-se governador de São Paulo por alguns meses em 1982, quando Paulo Maluf se lançou em outras disputas eleitorais.

O trajeto político de José Maria Marin foi marcado por atuação direta dentro dos gabinetes, com influência significativa sobre o andamento de projetos estaduais e decisões importantes. Além do executivo paulista, atuou em diferentes comissões e manteve interlocução ativa com representantes do setor esportivo, sendo essa proximidade determinante para sua futura projeção na administração de entidades do futebol.

Qual foi o papel de Marin na Federação Paulista e na CBF?

No universo do futebol, José Maria Marin consolidou seu nome inicialmente na presidência da Federação Paulista de Futebol, entre 1982 e 1988. Durante o período em que comandou a FPF, buscou estreitar relações entre clubes do estado e a administração, além de representar a entidade em competições nacionais e internacionais. Em 1986, chefiou a delegação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, realizada no México, ocupando uma posição de destaque e articulando decisões nos bastidores da equipe.

O maior reconhecimento do futebolês veio em 2012, quando Marin assumiu a presidência da CBF. Seu mandato foi marcado por momentos de mudanças relevantes, como a inauguração da nova sede da entidade no Rio de Janeiro, no bairro da Barra da Tijuca, e a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Sua gestão, contudo, esteve envolvida em episódios polêmicos, incluindo a retirada de seu nome da fachada da CBF e pressões externas relacionadas ao contexto político e jurídico do futebol brasileiro.

Quais fatores marcaram a trajetória de José Maria Marin no futebol?

Ao longo de sua passagem pela cartolagem, Marin ficou conhecido por situações que extrapolam os limites das quatro linhas. Um episódio amplamente divulgado ocorreu em 2012, durante a entrega das medalhas da final da Copa São Paulo de Juniores, quando foi flagrado colocando uma das medalhas no bolso. O acontecimento alimentou debates sobre ética e comportamento de dirigentes, ganhando espaço na mídia esportiva e nos bastidores das federações.

• Gestão administrativa: Marin participou da inauguração do prédio da CBF, registrando seu nome na fachada do edifício.
• Liderança em grandes eventos: Esteve à frente na organização e representação da seleção brasileira em Mundiais.
• Envolvimento em polêmicas: Tornou-se alvo de discussões públicas e decisões dos dirigentes sucessores, que removeram seu nome da sede da CBF.

A presença de Marin no futebol e na política evidencia a conexão entre os dois universos, movimentando desde a realização de campeonatos estaduais até decisões estratégicas no âmbito nacional. Seu legado inclui não apenas troféus e títulos, mas também discussões acerca de conduta e transparência na administração esportiva.

O que representa o falecimento de Marin para o esportivo brasileiro?

A morte de José Maria Marin encerra um ciclo relevante para a história do futebol brasileiro. Ao longo das décadas, marinou diferentes papéis, transitando entre campos e gabinetes. O impacto de sua atuação se faz sentir em organizações, normatizações e decisões tomadas na era em que comandou principais entidades do esporte no país. Homenagens e notas oficiais ressaltam sua influência e a importância institucional mantida durante sua carreira.

Com a despedida de Marin, o futebol brasileiro e a política paulista perdem uma figura que acompanhou significativos momentos de transição, deixando questões e reflexões para o futuro da administração esportiva no país. O velório, realizado em São Paulo, reuniu familiares, dirigentes e personalidades ligadas ao esporte, marcando o encerramento de uma trajetória multifacetada e, por vezes, controversa.