Sala de TV: como montar o ambiente perfeito em casa

33giga






Para assistir àquela comfort série, torcer pelo time do coração nas transmissões ao vivo dos jogos ou escolher outro conteúdo disponível nas diversas plataformas de streaming, nada é mais convidativo do que aproveitar esse tempo em uma sala de TV bem planejada.
O ambiente perfeito precisa ir além de um sofá gostoso e uma tela grande. Para as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, responsáveis pelo escritório Dantas & Passos Arquitetura, a sala de TV precisa proporcionar uma experiência completa que alie ergonomia, tecnologia e, acima de tudo, bem-estar.
“Mais do que um ambiente de entretenimento, a sala de TV também é o ponto de encontro da família, principalmente à noite. Por isso, a iluminação deve ser suave, os móveis precisam conversar com a rotina e tudo deve estar ao alcance, com fluidez e praticidade”, ressalta Danielle.
Tudo começa pelas medidas
Para determinar as premissas do projeto, o primeiro passo é estabelecer a área disponível e entender como os moradores pretendem usufruir a sala. “Observamos o número de pessoas, a frequência e o tipo de conteúdo que será consumido. A partir disso conseguimos pensar em soluções que se adaptem ao estilo de vida de cada família”, explica Paula.
A distância até o sofá dita o tamanho da TV
Assim como um sofá é escolhido conforme o tamanho da sala, a mesma coerência se aplica na definição do tamanho da TV. “Muita gente sonha com uma tela gigante, mas será que a sala é compatível para recebê-la?”, indaga Danielle. De acordo com ela, o exagero em comprar equipamento desproporcional com o ambiente impactam o desconforto visual.
A regra geral é multiplicar o tamanho da tela, em polegadas, por um fator entre 1,5 e 2,5 para obter a distância ideal em metros. Nessa matemática, para uma TV de 50 polegadas, por exemplo, a distância recomendada entre ela e o sofá varia entre 1,9 m e 3,8 m.
Mas não é só isso. Com o advento da tecnologia, a resolução do equipamento também é relevante. Modelos 4K ou 8K permitem uma visualização mais próxima e sem perda de qualidade, o que amplia as possibilidades de layout. Já as versões Full HD exigem distâncias um pouco maiores.
Além disso, é preciso garantir que o centro da tela esteja na altura dos olhos quando os usuários estiverem sentados. “Um erro comum é instalar a televisão muito acima, provocando dores no pescoço. A altura ideal depende do sofá ou das poltronas. Por isso, tudo deve ser pensado em conjunto”, pontua Danielle.
O protagonista do conforto
Se a televisão é a estrela da sala, o sofá é o protagonista do conforto e sua seleção deve ter em conta o décor, mas principalmente a ergonomia alinhada com a área livre. Sofás macios, com encostos altos e profundos são os mais recomendados para relaxar, assistir a filmes ou tirar uma soneca no meio da tarde.
“Gosto de levar nossos clientes para testar o sofá na loja, pois o conceito de comodidade varia de pessoa para pessoa”, diz Paula, que sugere um modelo com 70 a 100 cm de profundidade do assento para o melhor descanso das pernas. Sobre a altura, os muito baixos dificultam a movimentação de idosos ou pessoas com mobilidade reduzida.
Para espaços pequenos, os modelos retráteis são os mais adequados, enquanto em salas mais amplas sofás nas configurações ilha, modular ou com chaise entregam conforto extra e ainda contribuem para composições versáteis.
Layout, iluminação e acústica
Na distribuição dos móveis, as arquitetas priorizam o posicionamento que entrega boa circulação, não ocasione obstáculos visuais e facilite a convivência. As mesas de centro são peças estratégicas e não devem estar tão próximas a ponto de atrapalhar o ir e vir dos moradores, nem tão distantes a ponto de perder a eficiência.
Quanto à iluminação, Danielle indica uma luz indireta, suave e agradável para não criar reflexos na tela ou ofuscar a visão. Dessa forma, ela e Paula gostam de trabalhar com arandelas, sancas com fitas de LED embutidas ou luminárias com dimmer, que permitem controlar a intensidade conforme o momento. Cortinas, incluindo a versão black-out, e persianas também são bem-vindas para controlar a entrada de luz natural e reforçar o clima de cinema.
Já no quesito acústico, algumas simples deliberações fazem diferença na sala. Tapetes, cortinas e estofados ajudam a absorver o som, reduzir o eco e melhorar a experiência sonora. Em casos específicos, Paula explica que é possível buscar produtos que auxiliam na eliminação dos ruídos externos, em geral, pela localização do imóvel.
Tecnologia a favor do bem-estar
O home theater tradicional ainda é uma escolha valorizada por quem deseja uma experiência mais impactante. Porém, a dupla observa que as preferências estão mudando com a evolução dos equipamentos de áudio e vídeo.
“Hoje, vemos cada vez mais o uso de soundbars, caixas Bluetooth e sistemas de som mais discretos, porém de alta qualidade. O importante é que o projeto de marcenaria preveja locais adequados para acomodar os aparelhos, com ventilação suficiente para evitar superaquecimento e espaços para esconder os fios, deixando tudo mais organizado e esteticamente limpo”, aconselha Paula.
Com a automação, também é possível integrar sistemas de som, iluminação, ar-condicionado e até cortinas em um único comando, proporcionando praticidade e comodidade aos moradores. Mesmo em versões simples, esses recursos fazem diferença na rotina e na forma como o ambiente é aproveitado.
Além da televisão, do sofá e dos equipamentos de áudio, outros elementos cooperam para transformar a sala de TV em um espaço acolhedor. Personalizar o espaço com quadros, livros, objetos afetivos e objetos que representem os moradores tornam a sala ainda mais convidativa.


