Uso de canetas emagrecedoras aumenta busca por cirurgias plásticas

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A febre das chamadas “canetas emagrecedoras” provocou uma revolução no combate à obesidade e ao sobrepeso. Com resultados rápidos na perda de peso, os medicamentos à base de semaglutida ou tirzepatida, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, estão mudando a vida de milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Mas, junto com os quilos a menos, surgem desafios estéticos e funcionais: o excesso de pele, a flacidez e a perda do contorno corporal.
“Esses medicamentos são eficientes na perda de gordura, mas não agem sobre a pele ou os músculos. Quando o emagrecimento é muito rápido ou acentuado, é comum que a pele não acompanhe o ritmo e perca sua elasticidade, especialmente em regiões como abdômen, braços, coxas e mamas”, explica o cirurgião plástico Marco Aurélio Guidugli, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Segundo o especialista, a demanda por cirurgias plásticas pós-emagrecimento aumentou significativamente nos últimos dois anos. Mas o momento ideal para operar requer atenção e planejamento. “O paciente precisa ter estabilizado o peso por pelo menos seis meses. Esse tempo é fundamental para garantir que o corpo se ajustou à nova forma e para termos mais segurança no planejamento cirúrgico”, destaca.
Principais cirurgias plásticas pós-uso das canetas emagrecedoras
- Abdominoplastia: indicada para retirada do excesso de pele e flacidez no abdômen.
- Lifting de braços (braquioplastia): trata a flacidez nos braços, comum após grandes perdas de peso.
- Lifting de coxas (cruroplastia): remodela a parte interna das coxas, em que o atrito e a sobra de pele incomodam.
- Mastopexia com ou sem prótese: reposiciona e firma as mamas, que podem ficar flácidas e esvaziadas após o emagrecimento.
- Lipoaspiração e lipo HD: a lipoaspiração remove gordura localizada, enquanto a lipo HD vai além, esculpindo o corpo e destacando a musculatura — ideal para quem busca um visual mais definido. Para otimizar os resultados e evitar flacidez, tecnologias como radiofrequência e jato de plasma entram em cena. Elas estimulam a retração da pele e a produção de colágeno, promovendo firmeza e acabamento mais preciso.
A importância da avaliação individual
Cada corpo responde de maneira diferente ao emagrecimento. Por isso, a avaliação personalizada é essencial. “Muitas vezes é possível associar procedimentos em uma mesma cirurgia, mas sempre respeitando os limites de segurança. Em alguns casos, o ideal é dividir os procedimentos em etapas”, reforça Guidugli.
Além disso, fatores como qualidade da pele, idade, histórico de obesidade e presença de doenças associadas são levados em conta para definir o plano cirúrgico ideal.
Pós-operatório e expectativas realistas
Segundo o especialista, o preparo psicológico também é essencial. “As cirurgias plásticas têm grande impacto na autoestima, mas é importante que o paciente tenha expectativas realistas. O objetivo é melhorar a qualidade de vida, o bem-estar e a harmonia corporal, não buscar um corpo perfeito”, finaliza.


