A nova forma de praticar mindfulness — e ela não exige fechar os olhos

Em um mundo em que tudo acontece em ritmo acelerado, manter a atenção no presente pode parecer impossível. São notificações, tarefas, prazos e demandas que competem pela nossa energia o tempo todo. É justamente diante desse cenário que o mindfulness com olhos abertos surge como um convite à presença — não aquela que exige parar tudo e meditar por horas, mas uma presença lúcida, que pode ser praticada enquanto você vive.

Arline Davis, Master Trainer e Master Coach internacional com mais de três décadas de experiência em desenvolvimento humano e liderança consciente, explica que viver com consciência é essencial para lidar com as mudanças e transições da vida. “Toda transição traz um convite para evoluir. O que define o resultado não é o que acontece, mas a consciência com que escolhemos responder às mudanças”, afirma. Leia até o final para entender o método e como aplicar no dia a dia.

O que é mindfulness com olhos abertos

Diferente da ideia tradicional de atenção plena, que costuma estar associada à meditação silenciosa, o mindfulness com olhos abertos propõe uma prática ativa e desperta. “Mindfulness com olhos bem abertos é estar inteiro no momento presente sem se desconectar da realidade. É presença lúcida em ação. Não se trata de pausar o mundo, mas de enxergá-lo com mais consciência e escolher o próximo passo com coerência”, explica Arline.

Em outras palavras, é sobre viver o momento presente mesmo enquanto o mundo continua girando. É manter-se centrada enquanto trabalha, conversa, dirige ou cuida da casa — percebendo o que sente, pensa e escolhe em cada instante.

Como aplicar a prática no dia a dia

Arline defende que a verdadeira transformação acontece quando unimos consciência e ação. Por isso, ela ensina que a atenção plena pode (e deve) ser exercitada nas situações comuns do cotidiano.

Veja algumas formas práticas de trazer o mindfulness com olhos abertos para sua rotina:

• Respire antes de reagir: quando algo a irritar, faça uma pausa consciente. Inspire fundo três vezes, perceba o que sente e só então responda.
  
• Observe sem julgar: repare no ambiente, nas pessoas e em si mesma, mas sem rotular como “certo” ou “errado”. Apenas perceba.
  
• Esteja presente nas pequenas tarefas: ao tomar café, sinta o aroma, o sabor e a temperatura. Ao caminhar, perceba os sons e o movimento do corpo.
  
• Crie momentos de clareza: ao final do dia, pergunte-se: “O que eu aprendi hoje? O que posso fazer diferente amanhã?”.
  

Esses gestos simples fortalecem a consciência e ajudam a direcionar a energia para o que realmente importa.

Presença e propósito caminham juntos

A especialista explica que a consciência desperta não serve apenas para relaxar, mas também para agir com propósito. “Evoluir estrategicamente é alinhar propósito, visão e ação. Quando fazemos isso, a vida e o trabalho deixam de ser espaços de tensão e passam a ser territórios de criação consciente”, afirma.

Essa combinação entre mindfulness e estratégia é o que Arline chama de “evolução estratégica”: o processo de transformar autoconhecimento em decisões coerentes e atitudes alinhadas aos próprios valores.

O poder de estar inteira no agora

Mais do que uma técnica, o mindfulness com olhos abertos é um modo de viver. Ele nos convida a enxergar o presente não como um ponto de passagem, mas como o verdadeiro espaço onde a vida acontece.

Ao praticar essa presença ativa, você passa a se conectar com o que é essencial — suas emoções, seus limites e suas escolhas. Com o tempo, percebe que o poder não está em controlar o que acontece, mas em como você responde ao que a vida traz.

Resumo: Estar atenta ao presente é um exercício diário de consciência e gentileza. O mindfulness com olhos abertos mostra que não é preciso fugir do mundo para encontrar paz — basta aprendermos a vê-lo com mais clareza. Quando o olhar se abre, a mente se acalma e o coração encontra direção.

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