Existe alergia a outros seres humanos? Entenda

Anamaria






Você já imaginou ser alérgica ao próprio parceiro? Por mais raro que pareça, algumas pessoas desenvolvem reações ao entrar em contato com substâncias presentes no corpo do outro. Esse é o caso da alergia ao sêmen, uma condição que, embora extremamente incomum, pode causar sintomas intensos, como coceira, vermelhidão, inchaço e até reações graves, como a anafilaxia.
O que sabemos sobre a alergia ao sêmen
A alergia ao sêmen — também chamada de hipersensibilidade ao plasma seminal — afeta principalmente mulheres jovens, entre 20 e 30 anos. Os sintomas surgem logo após o contato com o fluido, podendo incluir desde ardor na região íntima até dificuldade para respirar. Além disso, alguns casos exigem atenção médica imediata, já que o quadro pode evoluir para situações graves.

Apesar de rara, a condição interfere na vida íntima e no emocional de quem passa por isso. Por exemplo, Maura (nome fictício), ouvida pela BBC, que mora nos Estados Unidos, enfrentou diversas dificuldades até identificar o que desencadeava suas reações. Após muitas tentativas frustradas de resolver o problema, ela descobriu que a exposição ao sêmen era a causa das irritações e inchaços que sentia. Desde então, ela e o parceiro redobraram os cuidados, o que permitiu maior segurança durante o sexo.
Existe mesmo alergia a humanos? O que a ciência já descobriu
Além da alergia ao sêmen, há relatos de sensibilidade ao suor, ao fluido cervicovaginal e até a substâncias naturais emitidas pela pele. Nessas situações, o organismo reage de forma exagerada a compostos que o outro libera. Embora os estudos ainda sejam limitados, pesquisadores já identificaram que compostos como o tolueno — presente no suor e em produtos industriais — podem estar associados às reações descritas em alguns casos.
Entre essas condições, destaca-se o fenômeno conhecido como PATM (Pessoas Alérgicas a Mim). Ainda pouco compreendido, ele faz com que indivíduos próximos de quem tem PATM apresentem sintomas como tosse ou coceira. Embora intrigante, essa condição não possui diagnóstico oficial, o que dificulta o tratamento.

Quando a alergia a humanos se torna um desafio no relacionamento
Conviver com esse tipo de alergia pode ser emocionalmente desgastante. Além das questões de saúde, surgem sentimentos como culpa e insegurança. Foi o que aconteceu com Maura. Embora seu parceiro compreenda a situação, ele chegou a se sentir ofendido ao descobrir que o sêmen dele provocava as reações alérgicas. “Ele não me culpa, mas culpa o universo”, conta ela.
Em geral, o tratamento envolve o uso de preservativos, medicamentos antialérgicos e, em casos selecionados, a dessensibilização com acompanhamento médico. Entretanto, como o conhecimento científico sobre essas condições ainda é limitado, muitas pacientes enfrentam demora para obter diagnóstico e suporte adequado.
Como buscar ajuda e o que esperar
Se você desconfia que tem essa condição, o primeiro passo é procurar um alergista ou imunologista. Embora os casos sejam raros, o profissional poderá indicar exames e orientar sobre formas de proteção e possíveis tratamentos. Além disso, manter o diálogo aberto com o parceiro é essencial para atravessar essa situação de forma mais leve.
Resumo: Embora raras, as alergias relacionadas ao contato com fluidos corporais e substâncias naturais da pele de outra pessoa existem e podem impactar profundamente a vida das pessoas. É fundamental buscar orientação médica e adotar estratégias que tragam mais segurança para a saúde e para os relacionamentos.


