Experiência em alta: o novo cenário do trabalho para quem tem 50+

A longevidade está mudando o perfil do mercado de trabalho. Com o aumento da expectativa de vida e a queda nas taxas de natalidade, as carreiras estão se estendendo naturalmente. Dados do IBGE mostram que os 50+ no mercado de trabalho já representam 27% da força produtiva no Brasil — mais do que a Geração Z, que compõe apenas 24%.

Apesar disso, os desafios persistem. Ainda há empresas que resistem em contratar profissionais mais velhos, mesmo com evidências de que eles entregam resultados tão bons ou até melhores do que os mais jovens. Um estudo da McKinsey aponta que mais da metade dos recrutadores hesita em contratar pessoas com mais de 45 anos, por puro viés etário.

Sim, os profissionais experientes também dominam tecnologia

Muitas vezes, associamos tecnologia e inovação apenas à juventude. Contudo, essa ideia não reflete a realidade. Cada vez mais, os profissionais experientes têm buscado se atualizar e aprender novas ferramentas, inclusive as relacionadas à Inteligência Artificial (IA).

Segundo uma pesquisa do LinkedIn, 50% dos trabalhadores da Geração X e dos Baby Boomers se dedicaram a cursos e certificações no último ano. Além disso, a mesma pesquisa revelou que o receio diante das novas tecnologias não é exclusivo dos mais velhos. Na verdade, 36% dos Millennials também se sentem intimidados com as mudanças trazidas pela IA, contra 27% da Geração X e 29% dos Boomers.

Ou seja, o medo de inovar é humano, e não uma questão de idade — e com capacitação e acesso à informação, qualquer profissional pode se adaptar e crescer.

O valor dos 50+ no mercado de trabalho vai muito além da idade

Embora muitos enfrentem dificuldades para conseguir uma vaga, as empresas que apostam em talentos maduros colhem bons frutos. Ainda de acordo com a McKinsey, 87% dos empregadores consideram que contratar pessoas com mais de 45 anos é tão positivo ou até melhor do que apostar em perfis mais jovens. Além disso, 90% acreditam que esses profissionais tendem a permanecer mais tempo nas empresas — algo valioso em tempos de alta rotatividade.

Ignorar essa força de trabalho é desperdiçar uma oportunidade. A convivência entre gerações no ambiente corporativo favorece a troca de conhecimento, amplia a visão estratégica e contribui para soluções mais criativas.

Empresas inclusivas valorizam os profissionais experientes

Para construir um mercado mais justo e inclusivo, é preciso ir além dos discursos e investir em ações concretas. Isso inclui:

• Valorizar a diversidade geracional nas equipes;
• Promover treinamentos contínuos para todos, independentemente da idade;
• Reformular os processos seletivos, priorizando habilidades reais em vez de estereótipos.

Afinal, quem tem experiência pode contribuir — e muito — para os desafios atuais das empresas. O segredo está em unir a disposição das novas gerações à bagagem dos que já trilharam muitos caminhos.

Resumo: Com o envelhecimento da população e o avanço da tecnologia, é hora de reconhecer o potencial dos profissionais experientes. O mercado precisa superar estigmas e abraçar o valor da diversidade geracional. Os 50+ no mercado de trabalho não são passado — são o presente e o futuro das organizações.