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O maior desafio da saúde feminina que o Brasil ainda não superou
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O maior desafio da saúde feminina que o Brasil ainda não superou

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Anamaria
28/05/2025 15h00
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O Dia Internacional da Saúde da Mulher, lembrado todos os anos em 28 de maio, foi criado para dar visibilidade às questões que afetam diretamente o bem-estar físico, mental e emocional das mulheres. A data surgiu em 1987, durante o 5º Encontro Internacional da Mulher e da Saúde, na Costa Rica, e é uma oportunidade para refletirmos sobre as desigualdades de gênero, o acesso limitado a cuidados médicos e os altos índices de doenças evitáveis que ainda impactam muitas brasileiras.

Infelizmente, mesmo em pleno 2025, doenças como o câncer de colo de útero continuam entre as principais causas de morte por câncer entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o país registra cerca de 17 mil novos casos da doença por ano, número que poderia ser significativamente menor com mais prevenção e informação.

Câncer de colo de útero ainda afeta milhares de brasileiras todos os anos

Entre os vários desafios que colocam a saúde feminina em risco, o câncer de colo de útero se destaca pela gravidade e, ao mesmo tempo, pela possibilidade de ser evitado. Ele é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres brasileiras, atrás apenas dos tumores de mama e colorretal.

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“Trata-se de uma doença evitável e tratável, mas que ainda está entre as principais causas de morte entre mulheres, sobretudo nas Regiões Norte e Nordeste”, alerta Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem). Para ele, a alta incidência em determinadas regiões do país revela falhas na implementação de ações preventivas e de rastreamento, como o exame Papanicolau e a vacinação contra o HPV.

Além disso, os dados revelam desigualdades preocupantes. Enquanto as taxas nas Regiões Sul e Sudeste são menores, Norte e Nordeste concentram as maiores estimativas por 100 mil mulheres: 20,48% e 17,59%, respectivamente.

Dia Internacional da Saúde da Mulher é um lembrete de que prevenção é direito

Segundo Canal, a prevenção é uma questão de justiça social. “A Constituição garante o direito à saúde como um dever do Estado, e isso inclui a oferta efetiva de exames preventivos, o acesso à vacinação contra o HPV e a realização oportuna de tratamentos”, destaca o especialista. Quando esses serviços deixam de ser oferecidos, segundo ele, ocorre uma violação ao direito à saúde e à dignidade da mulher.

Portanto, o Dia Internacional da Saúde da Mulher também serve para cobrar medidas concretas. Afinal, toda mulher merece ser acompanhada ao longo da vida com um cuidado integral — que envolva desde a saúde reprodutiva até o diagnóstico precoce de doenças graves, como o câncer de colo de útero.

Câncer de colo de útero é foco de planos de ação do Ministério da Saúde

Felizmente, existem iniciativas importantes que buscam mudar esse cenário. O câncer de colo de útero faz parte do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis, promovido pelo Ministério da Saúde. A meta, segundo o plano, é reduzir em 20% a mortalidade prematura (entre 30 e 69 anos) por esse tipo de câncer até o ano de 2030.

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Para que isso se torne realidade, é essencial que as mulheres tenham acesso facilitado a consultas, exames e vacinas. Isso só será possível com investimentos em políticas públicas que realmente enxerguem as necessidades da população feminina — principalmente das que vivem em regiões mais vulneráveis.

A importância de garantir um cuidado integral à saúde da mulher

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres (PNAISM) também traz diretrizes importantes. Criada com o objetivo de garantir atendimento humanizado e completo no Sistema Único de Saúde (SUS), ela promove o acesso à saúde como um direito fundamental.

Esse cuidado começa com a educação em saúde, passa pela prevenção e chega até o tratamento digno, caso a doença seja diagnosticada. E é justamente nesse ponto que o combate ao câncer de colo de útero precisa avançar. Afinal, falar sobre esse assunto é, antes de tudo, valorizar a vida das mulheres.

Informação, prevenção e acesso: pilares para virar esse jogo

Não basta apenas lembrar a importância do Dia Internacional da Saúde da Mulher uma vez por ano. É preciso agir continuamente para que cada mulher, independente de onde viva ou da sua condição socioeconômica, tenha acesso às informações e aos recursos necessários para cuidar de si.

Por isso, leve esse conhecimento adiante: incentive o uso da camisinha, fale sobre a importância da vacina contra o HPV (indicada para meninas e meninos a partir dos 9 anos), e não deixe de fazer o exame preventivo regularmente. Essas são atitudes simples que salvam vidas.

Resumo: O Dia Internacional da Saúde da Mulher nos convida a refletir sobre os desafios que ainda impactam a saúde feminina no Brasil, como o câncer de colo de útero. Embora seja uma doença evitável, ela segue matando por falta de prevenção e políticas públicas eficazes. Com informação, cuidado e acesso garantido, é possível mudar esse cenário.

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Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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