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Quais alimentos incluir na dieta de quem tem endometriose
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Quais alimentos incluir na dieta de quem tem endometriose

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Anamaria
27/05/2025 20h10
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A alimentação pode ser uma aliada importante no controle da endometriose, doença inflamatória crônica que atinge milhões de mulheres. Embora a dieta não substitua o tratamento médico, ela pode ajudar a reduzir dores e melhorar a qualidade de vida.

É isso que constatou a Universidade de Edimburgo, na Escócia, que conduziu um estudo que testou mudanças alimentares em mulheres em tratamento para endometriose com o objetivo de tentar aliviar os sintomas da doença.

Das mais de 2.500 participantes, 45% mulheres que eliminaram o glúten ou os laticínios relataram melhora nas dores. E ainda: 43% das que reduziram o consumo de cafeína e 53% das que diminuíram a ingestão de álcool também observaram alívio dos sintomas.

Segundo a ginecologista e obstetra Fabiane Berta, entrevistada por AnaMaria, o que comemos influencia diretamente a inflamação, o equilíbrio hormonal e o sistema imunológico – três pilares fundamentais no desenvolvimento da condição.

O que é endometriose e como ela age no corpo?

A endometriose acontece quando células semelhantes às do endométrio crescem fora do útero, alcançando locais como ovários, trompas, bexiga e intestino. Essas células seguem o ciclo menstrual, inflamando e sangrando, o que pode causar dor intensa, aderências e até infertilidade.

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Quais alimentos inlcuir na dieta de quem tem endometriose – Freepik

Segundo a OMS, cerca de 10 a 15% das mulheres em idade fértil vivem com a doença no mundo. No Brasil, os dados do Ministério da Saúde apontam mais de 8 milhões de casos. Como é uma doença crônica, a mulher convive com ela ao longo da vida e precisa de estratégias para gerenciar seus sintomas, incluindo o cuidado com a alimentação.

A alimentação influencia na dor causada pela endometriose?

Sim, e a ciência tem comprovado cada vez mais essa relação. Alimentos inflamatórios podem intensificar a dor pélvica crônica, fadiga e sintomas intestinais. Em contrapartida, uma dieta rica em compostos antioxidantes, fibras e nutrientes anti-inflamatórios pode ajudar no equilíbrio hormonal e imunológico.

“Embora a nutrição não substitua o tratamento médico convencional, ela é reconhecida hoje como um pilar fundamental no manejo da endometriose”, afirma a médica. Fabiane explica que, além do alívio da dor, a alimentação adequada também melhora o bem-estar físico e emocional.

Exercícios físicos ajudam contra dores de endometriose?

Como a alimentação atua no corpo de quem tem endometriose?

De acordo com Fabiane, a alimentação influencia diretamente os mecanismos da inflamação, os hormônios e o funcionamento do intestino. Veja como:

  • Regulação da inflamação: Gorduras ruins (como trans e saturadas) aumentam substâncias inflamatórias. Já o ômega-3, presente em alimentos saudáveis, favorece prostaglandinas que reduzem a dor;
  • Equilíbrio hormonal: A dieta rica em fibras ajuda o corpo a eliminar o excesso de estrogênio pelas fezes, evitando sua reabsorção e controlando o avanço da doença;
  • Microbiota intestinal: O intestino saudável controla a inflamação e metaboliza hormônios. Quando há disbiose, o corpo produz substâncias inflamatórias que agravam a endometriose;
  • Estresse oxidativo: Mulheres com a condição costumam ter excesso de radicais livres. Antioxidantes ajudam a neutralizá-los e reduzir a inflamação.

“A alimentação é uma das ferramentas não farmacológicas mais potentes para modular o ambiente inflamatório, hormonal e imunológico da mulher com endometriose”, destaca Fabiane.

Alimentos que devem ser evitados

A médica recomenda reduzir o consumo dos alimentos abaixo, que podem piorar a inflamação e os sintomas:

  • Açúcares refinados e carboidratos simples: doces, bolos, biscoitos, pães brancos e ultraprocessados. Favorecem picos de insulina que aumentam a inflamação e também alimentam bactérias intestinais que desequilibram o sistema imune e hormonal;
  • Gorduras trans e excesso de gordura saturada: frituras, fast food, margarinas, alimentos industrializados, embutidos (como salsicha, salame, linguiça). Estimulam a produção de citocinas inflamatórias, substâncias que agravam tanto a dor quanto o avanço da doença;
  • Carnes vermelhas em excesso e processadas: consumo frequente está associado a maior risco de progressão da endometriose, especialmente pela formação de compostos inflamatórios durante o preparo em altas temperaturas e pela alta carga de gordura saturada;
  • Glúten (avaliar caso a caso): embora não exista uma proibição universal, muitas mulheres relatam melhora dos sintomas, especialmente da dor pélvica e desconfortos intestinais, ao reduzir ou excluir o glúten. Isso se deve ao seu potencial de aumentar a permeabilidade intestinal em quem tem predisposição, favorecendo processos inflamatórios;
  •  Laticínios convencionais (dependendo da sensibilidade individual): podem ser inflamatórios para mulheres com intolerância à lactose ou sensibilidade à caseína. Porém, para quem não tem essa sensibilidade, podem ser fontes importantes de cálcio e vitamina D, que inclusive têm efeito anti-inflamatório;
  • Álcool e cafeína em excesso: o álcool sobrecarrega o fígado, que é o grande responsável pela metabolização dos hormônios, incluindo o estrogênio – central no desenvolvimento da endometriose. Já a cafeína, em grandes quantidades, pode desregular o eixo do estresse, aumentando cortisol e, consequentemente, processos inflamatórios e desequilíbrios hormonais.
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Quais alimentos inlcuir na dieta de quem tem endometriose – Freepik

“Não se trata de demonizar alimentos, mas de entender que a endometriose é uma doença inflamatória, que responde muito ao que você oferece diariamente ao seu corpo”, explica.

Alimentos que ajudam a desinflamar o corpo

Embora nenhum alimento sozinho cure ou controle a doença, Fabiane reforça que um padrão alimentar anti-inflamatório tem impacto direto nos sintomas. A dieta mediterrânea é uma das mais indicadas:

  • Azeite extravirgem;
  • Peixes ricos em ômega-3;
  • Oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas);
  • Verduras e legumes variados;
  • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico);
  • Frutas (principalmente vermelhas).

Outros alimentos com ação anti-inflamatória potente:

  • Sardinha, atum, salmão, anchova, chia e linhaça;
  • Especiarias: cúrcuma com pimenta preta, gengibre, alecrim;
  • Vegetais crucíferos: brócolis, couve, repolho, rúcula;
  • Frutas vermelhas e cítricas;
  • Chás: chá-verde, chá de cúrcuma, chá de gengibre.

“É o conjunto dos alimentos, em padrão regular e consistente, que tem capacidade de atuar na inflamação e no ambiente hormonal da endometriose”, explica.

Quem tem endometriose pode consumir ovos e laticínios?

Depende da tolerância individual. Os ovos, segundo a médica, são excelentes fontes de proteína e colina, e podem ser consumidos normalmente, salvo em casos de alergia.

Já os laticínios ainda são tema de debate. “Alguns estudos sugerem que o consumo moderado de laticínios, especialmente os ricos em cálcio e vitamina D, pode até ter efeito protetor contra o avanço da doença”, afirma. Porém, mulheres com intolerância ou sensibilidade devem considerar versões vegetais fortificadas.

Resumo: A endometriose é uma doença inflamatória crônica que pode ter seus sintomas agravados ou aliviados conforme a alimentação. Alimentos inflamatórios, como açúcares, glúten e carnes processadas, devem ser evitados, enquanto opções antioxidantes e ricas em ômega-3 ajudam no controle da dor.

 

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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