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Vape não é brinquedo!
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Vape não é brinquedo!

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Anamaria
07/06/2025 17h10
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Cigarros eletrônicos com luzes LED, desenhos divertidos e até bichinhos virtuais que “morrem caso seu “dono” pare de tragar. Tudo para atrair a um público que se vicia sem sequer perceber: os adolescentes. Apesar da proibição da Anvisa desde 2009, os vapes, como são chamados, estão cada vez mais acessíveis – e perigosos! 

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em todas as regiões da OMS, o uso de cigarros eletrônicos é maior entre crianças de 13 a 15 anos do que entre adultos. Os jovens impactados pelo uso de vapes já vêm sendo diagnosticados com doenças pulmonares graves. “Os cigarros eletrônicos contêm nicotina em concentração maior que a dos convencionais e a dependência gerada é mais rápida e intensa. Além dos danos aos pulmões, há impacto no neurodesenvolvimento, afetando atenção, aprendizado e controle de impulsos”, afirma a médica Fernanda Aguiar, coordenadora da Medicina Respiratória do Hospital Mater Dei Salvador.

Uma estratégia pensada para atrair adolescentes

Os dispositivos estão sendo desenhados sob medida para o público jovem. “É uma criação absurda que visa manter o adolescente preso ao uso constante. Muitos desses aparelhos têm o formato de pen drives ou brinquedos, dificultando até mesmo o reconhecimento por parte de pais e professores”, aponta Fernanda.

Com sabores doces e aroma agradável, os vapes escondem riscos sérios à saúde. “A estética moderna é uma estratégia de marketing da indústria do tabaco para fisgar adolescentes. Existe até campeonato para ver quem sopra mais longe a fumaça”, diz a especialista.

Pulmões em desenvolvimento sofrem mais

A ilusão de que o vape é inofensivo ainda persiste no imaginário dos adolescentes. Mas a médica é categórica: “o cigarro eletrônico é extremamente nocivo, principalmente para adolescentes, cujos pulmões e vias aéreas ainda estão em formação.” 

Seu uso está ligado ao aumento de doenças pulmonares, como a EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de vapes), com casos graves que levaram a hospitalizações e sequelas Além disso, há relatos da chamada bronquiolite obliterante, ou “pulmão de pipoca”, uma condição que causa cicatrizes nos bronquíolos e gera falta de ar crônica. “Essa lesão é causada por inalação de substâncias presentes nos aromatizantes”, conta.

Um vício difícil de combater

O impacto da nicotina em adolescentes pode ser devastador: “A dependência ocorre mais rápido e com mais intensidade. E mesmo os vapes vendidos como ‘sem nicotina’ já foram analisados e identificados com a substância”, alerta Fernanda. Entre os sintomas de intoxicação por nicotina, o chamado nick sick, estão vômitos, tontura, salivação excessiva, taquicardia e até convulsões.

Por isso, a abordagem precisa ser cuidadosa. “Muitos adolescentes negam o uso. O ideal é apostar na educação e não no sermão. Precisamos entender os gatilhos, oferecer ajuda e planejar a interrupção com acompanhamento médico”, diz.

O que diz a legislação brasileira

Desde 2009, a Anvisa proíbe a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil. A Resolução 46 abrange todos os tipos de vapes, inclusive, os descartáveis e reutilizáveis. A violação pode resultar em multas, interdições e ações civis e criminais. Mesmo assim, o acesso é facilitado via internet e comércio informal.

Vape não é inofensivo como parece. Foto: FreePik
Vape não é inofensivo como parece. Foto: FreePik

Sinais de alerta: como identificar o uso de vape por adolescentes

  • Mudanças repentinas de comportamento ou humor;
  • Queda no rendimento escolar;
  • Isolamento e irritabilidade sem motivo aparente;
  • Presença de objetos suspeitos (como dispositivos que parecem pen drives);
  • Cheiro adocicado incomum nas roupas ou no quarto;
  • Tosse persistente ou falta de ar;
  • Dor de cabeça, náuseas ou tontura frequente;
  • Sinais de intoxicação, como salivação excessiva e batimentos acelerados.

 

O que fazer se seu filho estiver “fumando pendrive”?

  • Eduque com informação de qualidade: compartilhe os riscos reais à saúde e explique que o vape não é uma brincadeira.
  • Converse sem julgamento: abra espaço para que seu filho fale sobre suas experiências e dúvidas.
  • Monitore discretamente: esteja atento aos hábitos digitais e objetos novos sem invadir a privacidade.
  • Reconheça os dispositivos: muitos vapes têm formato de pendrive ou objetos eletrônicos comuns.
  • Trabalhe junto à escola: incentive palestras, rodas de conversa e políticas preventivas.
  • Busque ajuda especializada: se houver sinais de dependência, procure acompanhamento médico e psicológico.
  • Valorize pequenas vitórias: abandonar o vape pode ser um processo longo. Reconhecer avanços é essencial.

 

A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1469, de 16 de maio). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah , Bebanca , Bookplay , Claro Banca , Clube de Revistas , GoRead , Hube , Oi Revistas , Revistarias , Ubook , UOL Leia+ , além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter  e PressReader .

Resumo:

Coloridos, cheios de sabor e com design atrativo, os cigarros eletrônicos conquistam cada vez mais adolescentes – mesmo sendo proibidos no Brasil desde 2009. O uso precoce traz riscos graves à saúde, como doenças pulmonares, intoxicação por nicotina e prejuízos ao desenvolvimento cerebral. Muitos jovens se viciam sem perceber, enquanto os pais enfrentam dificuldade para identificar o problema. A melhor forma de combater o uso de vapes é com informação, diálogo e apoio especializado.

 
 

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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