A vida de uma bebê prematura foi salva por causa da pele de peixe; entenda

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Krystal DeVos, moradora de Corpus Christi, no Texas (Estados Unidos), se emociona ao chamar a filha, Eliana, de “Pequena Sereia”. O apelido carinhoso vai além do desenho. Há três anos, a garota teve uma ferida grave no pescoço cicatrizada graças a um tratamento com pele de peixe .
O que aconteceu?
Eliana nasceu há três anos, com apenas 23 semanas de gestação e pesando cerca de 450 gramas. Durante os 131 dias em que permaneceu na UTI neonatal, desenvolveu uma infecção severa que resultou em uma extensa lesão no pescoço e levou à sepse – resposta inflamatória que compromete órgãos vitais.
Após a transferirem para o Hospital Infantil Driscoll, os médicos apresentaram uma abordagem inusitada. Segundo a cirurgiã plástica pediátrica Vanessa Dimas, a pele de peixe – proveniente de bacalhau do Atlântico Norte – tem composição semelhante à pele humana, e pode funcionar como suporte para a regeneração de tecidos.
Frágil demais para cirurgias convencionais ou enxertos humanos, Eliana foi tratada com uma combinação de solução de mel medicinal e curativos com pele de peixe, aplicada diretamente sobre a ferida.
Resultados positivos
Apesar do risco de alergias , o tratamento foi bem tolerado e surpreendentemente eficaz. Em apenas 10 dias após a primeira aplicação, a ferida de Eliana cicatrizou de forma significativa. Desde então, o hospital já utilizou a técnica em outros casos pediátricos graves.
Os xenoenxertos (tecidos de origem animal utilizados em humanos) não são novos na medicina. Já aplicam-se pele de porco e colágeno bovino, por exemplo, em curativos temporários. Contudo, o uso da pele de peixe ainda é relativamente raro, principalmente em bebês . Segundo especialistas, esses curativos não substituem a pele de forma permanente, mas ajudam a manter a área limpa e preparada para futuras intervenções, quando necessárias.
Apresentou-se o caso de Eliana em diversos congressos sobre tratamento de feridas, e tem despertado interesse da comunidade médica. Três anos após o episódio, a cicatriz da criança é quase imperceptível. Isso mostra a importância da inovação médica e da esperança.


