Dieta mediterrânea: descubra como ela ajuda a diminuir sintomas de depressão e ansiedade

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A relação entre o que colocamos no prato e o nosso bem-estar vai muito além da saúde física. Um estudo realizado na Faculdade de Saúde Pública da USP revelou que a dieta mediterrânea está associada a menores índices de ansiedade e depressão.
Na pesquisa, 199 adultos atendidos em um centro de saúde em São Paulo tiveram seus hábitos alimentares e sua saúde emocional avaliados. Para mensurar os sintomas, aplicou-se o Inventário de Beck, questionário internacionalmente reconhecido para medir indicadores de depressão e ansiedade.
Os resultados chamaram atenção: aqueles que seguiam mais de perto o padrão alimentar mediterrâneo relataram menos sintomas de transtornos mentais. “Quanto maior a adesão à dieta, menor foi a presença de ansiedade e depressão”, afirmou a nutricionista Lara Natacci, autora principal do estudo, em entrevista ao portal Itatiaia.
Mais do que uma dieta
A dieta mediterrânea é reconhecida há décadas pelos seus efeitos protetores para o coração, mas esse novo trabalho reforça também seus impactos positivos na mente. O cardápio é rico em frutas, legumes, hortaliças, grãos integrais, castanhas e peixes – sempre priorizando alimentos frescos e naturais.
O plano alimentar reduz a ingestão de carnes vermelhas, ultraprocessados e açúcares, e inclui boas gorduras, como o azeite de oliva extravirgem, além de incentivar refeições saborosas, em convívio social e aliadas a uma rotina ativa.
Segundo Natacci, não se trata de uma solução isolada para os transtornos mentais, mas de um fator de proteção dentro de um conjunto de cuidados. “A alimentação deve ser vista como parte de um conjunto de cuidados que inclui atividade física, acompanhamento médico e suporte psicológico”, destacou.
Origem e reconhecimento mundial
A dieta mediterrânea surgiu como referência científica após estudos realizados na Ilha de Creta, na Grécia, em 1948. Na época, pesquisadores observaram que os habitantes apresentavam menos doenças crônicas e maior expectativa de vida.
Décadas depois, o fisiologista norte-americano Ancel Keys comparou os hábitos de sete países e confirmou: os povos mediterrâneos tinham menos doenças cardiovasculares e maior longevidade. Em 2010, a Unesco reconheceu a Dieta Mediterrânea como Patrimônio Imaterial da Humanidade, por unir práticas alimentares, culturais e sociais que promovem qualidade de vida.
Benefícios da dieta mediterrânea
Além da prevenção de ansiedade e depressão, a dieta oferece vantagens amplamente documentadas:
- Protege o coração e reduz riscos de doenças cardiovasculares;
- Controla o colesterol, equilibrando os níveis de LDL e HDL;
- Diminui a pressão arterial, com uso reduzido de sal e presença de antioxidantes;
- Favorece o cérebro, graças ao consumo de peixes ricos em ômega-3;
- Auxilia no emagrecimento, sem restrições radicais.
Para adotar esse estilo alimentar no dia a dia, basta priorizar alimentos frescos e naturais. Entre os principais grupos estão: boas gorduras (como azeite de oliva extravirgem e oleaginosas); peixes (salmão, atum e outras espécies de águas profundas); frutas, legumes e verduras variados e coloridos; grãos integrais, como aveia e quinoa; e leguminosas, como lentilha e grão de bico.
Mais do que um cardápio, a dieta mediterrânea reflete um estilo de vida equilibrado, que valoriza a boa alimentação, o prazer de comer, o convívio social e a prática de exercícios físicos. Adotar esse padrão alimentar pode ser uma forma simples e saborosa de cuidar do corpo e da mente, prevenindo doenças e trazendo mais qualidade de vida.



