Idosos são mais felizes do que os jovens, aponta pesquisa; entenda o motivo

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Você já ouviu dizer que a vida começa aos 60? Uma nova pesquisa global sugere que isso pode ser verdade quando o assunto é felicidade . Segundo o Happiness Index 2025, realizado pelo instituto Ipsos em 30 países, a satisfação com a vida atinge um dos seus pontos mais altos entre os idosos, justamente na casa dos 60 anos.
A curva da felicidade , descrita por especialistas como um “U”, indica que a juventude costuma ser marcada pelo otimismo, seguida por uma queda na satisfação na meia-idade, para então voltar a subir com a chegada da maturidade. E o melhor: essa virada parece cada vez mais intensa com o envelhecimento ativo dos dias atuais.
Por que a felicidade aumenta com a idade?
A explicação está em uma combinação de fatores emocionais , sociais e até econômicos. Após os 60, muitos idosos deixam de sentir a pressão constante do mercado de trabalho e começam a valorizar mais o que realmente importa: tempo, relacionamento e propósito.
Na pesquisa, 75% dos entrevistados com mais de 60 anos se disseram felizes ou muito felizes – um percentual maior do que de faixas etárias mais jovens . Dentre os principais motivos apontados, estão o relacionamento com a família, o sentimento de amor e o senso de controle sobre a própria vida.
Crise dos 50 e redescobertas
A fase mais difícil da vida, segundo os dados, costuma acontecer logo após os 50 anos . É o momento de rever expectativas, encarar decepções e lidar com mudanças profissionais, afetivas e familiares. Mas essa transição parece preparar o terreno para uma fase mais estável e conectada consigo mesmo.
Não à toa, o fenômeno dos “casamentos grisalhos” (ou seja, uniões iniciadas entre idosos) têm crescido. São relações mais conscientes, fruto de maior autoconhecimento e foco na qualidade de vida.
E os jovens, por que estão mais infelizes?
Se a felicidade cresce com a idade, os dados também apontam uma tendência preocupante: os jovens estão cada vez mais insatisfeitos. Relatórios recentes mostram que pessoas com menos de 30 anos vivem uma espécie de “crise de meia-idade antecipada”, marcada pela ansiedade , solidão e sensação de vazio.
Um dos motivos se dá pela busca cada vez mais rápida de dopamina. As pessoas buscam por uma alegria instantânea, que rapidamente vai embora. Nos Estados Unidos, por exemplo, o tempo que os jovens passam com amigos caiu 70% em duas décadas. Esse isolamento tem impactos profundos na saúde emocional.
Relações: o segredo da felicidade
Ao longo de décadas de pesquisa, a conclusão é simples: conexões humanas importam – e muito. Família, amigos, comunidade… tudo isso se traduz em bem-estar. Mesmo diante de lares menores, o desafio das próximas gerações será criar redes afetivas genuínas, ainda que diferentes do modelo tradicional.
Apesar das dificuldades, o Brasil aparece entre os países com maior número de pessoas felizes – ao lado de Índia, México e Indonésia. O segredo está na leveza das pessoas, que valorizam mais as relações e pequenas alegrias cotidianas.


