Nova terapia pode mudar uso do tratamento padrão de câncer de pulmão; saiba mais

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Uma nova estratégia contra o câncer de pulmão de pequenas células, um dos tipos mais agressivos da doença, apresentou resultados surpreendentes. Houve uma redução de até 46% no risco de morte ou progressão do tumor . Os dados foram revelados na última segunda-feira (2), durante a reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2025), que acontece em Chicago, nos Estados Unidos.
Estudo comprova novo esquema
O estudo clínico de fase 3 testou a eficácia da combinação do medicamento lurbinectedina com a imunoterapia atezolizumabe, atualmente usada em tratamentos padrão. O novo protocolo superou os resultados da abordagem tradicional, que utiliza atezolizumabe com os quimioterápicos carboplatina e etoposídeo, seguidos por imunoterapia de manutenção.
Na pesquisa, avaliaram-se 660 pacientes com câncer de pulmão de pequenas células em estágio extenso, sem metástases cerebrais ou espinhais. No total, 483 que receberam o novo tratamento viveram, em média, 5,4 meses sem progressão do câncer . O dado foi contra 2,1 meses no grupo que seguiu apenas com atezolizumabe. Além disso, a sobrevida global média foi de 13,2 meses, comparada a 10,6 meses com o protocolo atual. A diferença representa uma redução de 27% no risco de morte.
Entenda como funciona a nova terapia
A lurbinectedina age de forma diferente dos quimioterápicos convencionais. Ou seja, inibe a transcrição do DNA, bloqueando a multiplicação das células cancerígenas. Já o atezolizumabe, estimula o sistema imunológico a reconhecer e destruir os tumores .
“A combinação dessas duas abordagens – uma que ataca diretamente as células cancerosas e outra que potencializa a resposta imunológica – cria um efeito sinérgico que pode explicar os resultados superiores observados no estudo”, explicou o oncologista William Nassib Jr., que esteve presente no evento.
Diante dos resultados, a expectativa é a aprovação da nova combinação como primeira opção de tratamento para este tipo de câncer, hoje responsável por cerca de 15% dos casos de câncer de pulmão . Apesar do avanço, cientistas destacam a necessidade de estudos adicionais para identificar quais pacientes se beneficiam mais com o protocolo e avaliar seus efeitos a longo prazo.


