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Poluição do ar pode aumentar riscos de demência no futuro, diz estudo
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Poluição do ar pode aumentar riscos de demência no futuro, diz estudo

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Bons Fluidos
11/09/2025 17h25
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© Reprodução: Canva/RapidEye
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A relação entre qualidade do ar e saúde do cérebro vem ganhando cada vez mais evidências científicas. Um estudo conduzido pela Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia, mostrou que a poluição e a exposição a gases tóxicos presentes na atmosfera pode agravar quadros de Alzheimer, acelerando o acúmulo de proteínas nocivas no cérebro e intensificando o declínio cognitivo.

O que a pesquisa revelou

A análise, publicada na revista JAMA Neurology, avaliou tecidos cerebrais de mais de 600 autópsias do Banco de Cérebros da Penn Medicine. Os pesquisadores cruzaram essas informações com dados de satélites e monitores locais de qualidade do ar, identificando a presença de partículas conhecidas como PM2,5.

Os resultados indicaram que viver, mesmo por apenas um ano, em regiões com maiores concentrações dessas partículas estava associado ao maior acúmulo de placas amiloides e emaranhados tau, características marcantes do Alzheimer. Além disso, os indivíduos estudados apresentaram piora mais rápida em funções como memória, julgamento e capacidade de realizar tarefas diárias.

“À medida que os pesquisadores continuam buscando novos tratamentos, é importante descobrir todos os fatores que contribuem para a doença, incluindo a influência do ambiente em que vivem”, afirma  Edward Lee, MD, ph.D., codiretor do Instituto do Envelhecimento da Universidade da Pensilvânia.

O que é PM2,5?

A sigla PM2,5 refere-se a partículas inaláveis extremamente finas, com diâmetro menor que 2,5 micrômetros. Por serem tão pequenas, conseguem penetrar profundamente nos pulmões e até alcançar a corrente sanguínea, espalhando-se para diferentes órgãos.

Essas partículas podem ter origem em incêndios florestais, emissões de veículos, processos industriais e até poeira de construções. De acordo com os dados, para cada aumento de 1 micrograma por metro cúbico de PM2,5, o risco de progressão do Alzheimer crescia 19%.

Impacto além do Alzheimer

A influência da poluição atmosférica vai além. Outro estudo de larga escala, publicado na Science.org com dados de mais de 56 milhões de pessoas nos Estados Unidos, revelou novas informações. A exposição prolongada às partículas PM2,5 aumenta em até 12% o risco de hospitalização por demência por corpos de Lewy e demência relacionada ao Parkinson. Essas doenças estão ligadas ao acúmulo tóxico da proteína α-sinucleína, que compromete a comunicação entre neurônios e leva à morte celular. 

A importância da prevenção

Apesar dos avanços, os pesquisadores alertam que ainda é preciso investigar melhor os diferentes tipos de partículas e suas características, já que os níveis de exposição em laboratório nem sempre correspondem às doses contínuas que humanos recebem ao longo da vida.

As descobertas, no entanto, reforçam que o ambiente em que vivemos influencia diretamente o cérebro. Se, por um lado, os tratamentos para Alzheimer e outras demências ainda estão em desenvolvimento, por outro, reduzir a poluição do ar pode ser um passo imediato e fundamental para proteger a saúde neurológica da população.

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