Médico aponta cinco sintomas do transtorno de Ana Hickmann: 'Passam despercebidos'

Caras






Após um comentário nas redes sociais, Ana Hickmann surpreendeu ao revelar que foi diagnosticada com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Mas o que leva uma pessoa a descobrir esse transtorno apenas na vida adulta?
Para entender esse cenário, a CARAS Brasil conversou com o neurologista Matheus Trilico, especialista em TDAH em adultos, que fez um alerta importante sobre os sinais silenciosos do transtorno e como ele pode impactar até mesmo profissionais de alto desempenho, como a apresentadora da Record TV.
Por que tantos adultos descobrem o TDAH só depois dos 30?
De acordo com o especialista, o diagnóstico tardio é mais comum do que parece. Isso porque os sintomas, muitas vezes, não são reconhecidos durante a infância.
"Existem sinais que frequentemente passam despercebidos na infância e reaparecem com força na fase adulta, especialmente em ambientes de alta cobrança como o trabalho televisivo", explica Dr. Trilico.
Segundo ele, entre os sintomas mais recorrentes estão:
- Dificuldade em manter o foco em tarefas longas
- Tendência a interromper conversas
- Problemas com a organização do tempo
- Procrastinação crônica
- Sensação constante de inquietação mental
No caso de Ana Hickmann, o médico aponta um exemplo prático: "Esses sintomas podem se manifestar na fala, com aparente dificuldade para organizar o pensamento em tempo real", destaca.
Como o tratamento multidisciplinar pode transformar a rotina?
Ao revelar o diagnóstico, Ana também contou que faz acompanhamento fonoaudiológico desde que começou na Record. Para Trilico, essa é uma estratégia valiosa para lidar com os desafios do TDAH na vida profissional.
"O tratamento multidisciplinar é fundamental para adultos com TDAH, especialmente para quem trabalha com comunicação", afirma o neurologista.
Ele continua: "A fonoaudiologia ajuda a organizar o discurso e melhorar a fluência verbal, enquanto a terapia cognitivo-comportamental auxilia no desenvolvimento de estratégias para lidar com a desatenção e impulsividade. Quando necessário, a medicação atua nos neurotransmissores, melhorando a concentração e reduzindo a impulsividade."
Em relação à apresentadora, o médico observa que esse cuidado tem reflexos diretos no desempenho ao vivo: "No caso de Ana Hickmann, o acompanhamento fonoaudiológico provavelmente a ajudou a desenvolver técnicas específicas para organizar o pensamento antes de falar, especialmente em transmissões ao vivo, onde não há espaço para edições."
Como combater o preconceito contra quem tem TDAH?
Apesar do avanço no diagnóstico e tratamento, o transtorno ainda carrega estigmas, algo que Ana também enfrenta. Muita gente ainda interpreta os comportamentos como preguiça, falta de foco ou desorganização.
"O primeiro passo é entender que o TDAH é uma condição neurobiológica real, não uma 'falta de esforço' ou 'preguiça'", reforça o neurologista.
Ele faz um alerta sobre frases comuns que podem ser nocivas: "Recomendo evitar críticas como 'preste mais atenção' ou 'você não se esforça o suficiente', pois isso apenas aumenta a ansiedade e pode agravar os sintomas."
E, para quem convive com alguém diagnosticado, a dica é simples: oferecer apoio: "Ofereça um ambiente estruturado, com menos distrações. Seja paciente durante conversas, permitindo que a pessoa organize seus pensamentos. Valorize os pontos fortes, como criatividade e pensamento inovador, que são características comuns em pessoas com TDAH", orienta.


