Médico explica os riscos do câncer que matou a atriz coreana Kang Seo-ha

Caras






A atriz sul-coreana Kang Seo-ha morreu aos 31 anos em decorrência do câncer de estômago em estágio IV. Ela faleceu apenas um ano após o diagnóstico. Com isso, um médico explicou sobre a doença, que costuma ser diagnosticada apenas quando já está em estágio avançado.
De acordo com o oncologista Mauro Donadio, da Oncoclínicas, o câncer de estômago é um dos mais comuns, mas é uma doença silenciosa e o diagnóstico precoce é muito difícil. "Muitos pacientes chegam ao consultório com a doença em estágio avançado porque os sintomas iniciais são inespecíficos, como azia, perda de apetite ou sensação de estômago cheio. Por isso, em especial para quem tem fatores de risco, é essencial investigar qualquer sintoma persistente", disse o médico.
O tipo mais comum de câncer gástrico é o adenocarcinoma, responsável por cerca de 95% dos casos. Ele pode ser classificado em dois subtipos: intestinal, geralmente associado ao H. pylori e mais frequente em homens acima dos 60 anos, e difuso, que tende a acometer pessoas mais jovens e tem comportamento mais agressivo, muitas vezes associado a mutações genéticas como a do gene CDH1. “Há também tumores menos comuns, como os linfomas gástricos tipo MALT e os GISTs (tumores estromais gastrointestinais), que têm abordagens terapêuticas específicas”, informou Donadio.
Fatores de risco
Alguns fatores aumentam o risco de ter câncer de estômago, e são eles: tabagismo, consumo excessivo de sal, consumo excessivo de alimentos processados, infecção por helicobacter pylori, obesidade, consumo de álcool e histórico familiar. Além disso, pessoas que foram expostas a produtos químicos, como benzeno, ou a radiação ionizante, também devem redobrar os cuidados.
A forma de prevenção envolve não fumar, evitar bebidas alcóolicas, sal e ultraprocessados, e ter uma alimentação saudável.
Sintomas
O oncologista listou alguns dos sintomas mais comuns:
- Perda de peso inexplicada
- Náuseas constantes
- Sensação de saciedade precoce
- Indigestão frequente
- Dificuldade para engolir
- Inchaço abdominal após as refeições
- Vômitos (com ou sem sangue)
- Fezes muito escuras ou com presença de sangue
Diagnóstico e tratamento
De acordo com o médico, o diagnóstico é feito por meio de biópsia na endocospia digestiva alta, que permite visualizar a mucosa do estômago. O especialista também pode solicitar tomografias, ressonância magnética e outros procedimentos cirúrgicos.
Os tratamentos podem envolver:
- Cirurgia: É a principal opção nos casos em que o tumor pode ser removido. Pode envolver gastrectomia parcial ou total e a retirada de linfonodos.
- Quimioterapia: Pode ser feita antes (neoadjuvante) e/ou depois (adjuvante) da cirurgia, ou ainda como forma de controle em casos metastáticos.
- Radioterapia: Usada como tratamento paliativo ou combinada à quimioterapia em situações específicas.
- Terapias-alvo e imunoterapia: Avanços recentes na oncologia têm ampliado o uso dessas terapias, principalmente em casos avançados, com ganho em sobrevida e qualidade de vida.
Leia também: “Onde há cicatriz, existe coragem”: Isabel Veloso emociona ao refletir sobre marcas deixadas pelo câncer


