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Resumão da Semana: Decisões Ruins
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Resumão da Semana: Decisões Ruins

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33giga
30/05/2025 16h33
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©Reprodução / X (ex-Twitter)
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Minha mãe, quando ainda dirigia, não o fazia mal. O problema, na maior parte do tempo, eram as decisões ruins que ela tomava.

Lembro que, certa feita, ela pegou a Rua Vergueiro na contramão. Ao ser avisada por populares, que gritavam e tentavam sinalizar a barbeiragem, acalmou minha irmã de, então, 9 anos com a frase “ignora, Sheila. Eles estão bêbados”.

– Todos?

– Uh! Virou epidemia esse negócio de cana.

De outra vez, comigo criança no carro, ela entrou em uma rua que estava acontecendo uma espécie de micareta, festa junina ou linchamento. Não lembro bem. Sei que ao se embrenhar no meio dos – olha eles aí de novo! – populares, chegou em um ponto em que o Fusca não conseguia mais ir para frente ou para trás.

Desligou o motor, desceu, deu a chave para o primeiro senhor que encontrou e pediu para ele tirar o carro, se conseguisse. Não sem antes me dizer para não descer e não me preocupar – duas coisas que eu, instintiva e desesperadamente, já estava fazendo.

O homem, solícito e um tanto inconsequente, tirou o Fusca preso na multidão em questão de segundos, com uma ré bastante rápida, homicida e ousada. Só não entendi bem porque, no meio de tantas pessoas, minha mãe escolheu um senhor claramente alcoolizado, com um copo de caipirinha na mão e uma perna engessada. Até hoje, ela diz que não tinha opção.

– Estávamos vivendo a epidemia de cana.

– E a perna quebrada?

– Ah cana, Sérgio! A cana! Certa feita, tentei abraçar um cachorro e quebrei o braço. Eu estava um tanto alta – figurativa e literalmente falando, já que tentei agarrá-lo da varanda de casa e despenquei de lá.

Aliás, as decisões ruins dela eram um tanto piores quando ia – e ainda vai – ao banco do passageiro. Já chegou a puxar o freio de mão no meio de uma rua, com o carro em movimento, por achar que eu – motorista – estava muito rápido.

De outra, resolveu dar seta por mim, o que quase gerou um outro acidente, já que eu não ia para o lado que ela queria indicar. Além de, é claro, ter tapado minha visão ao se projetar na minha frente para acionar o pisca-pisca.

Houve também a vez que saiu do trabalho, entrou no carro e se deparou com um toca-fitas que ela não tinha comprado. Decidiu que seria uma presente do meu pai, que teria instalado o rádio enquanto ela trabalhava, como uma surpresa.

No banco de trás do mesmo carro, havia também um botijão de gás – que ela também interpretou como outro presente do velho, que andava muito generoso por aqueles dias. Mas a realidade é que ela havia roubado um carro – igual ao dela – por uns 10 minutos, até perceber isso e devolver o Fusca na mesma vaga que havia pegado.

(Sim, as chaves de diferentes Fuscas abriam e davam partida em muitos outros diferentes Fuscas sem grandes problemas. Creio que, à época, a Volkswagen estava meio carente de chaveiros e o RH da empresa fazia vistas grossas.)

Houve também a vez que ela foi dirigindo até o trabalho com o motor do carro pegando fogo e não percebeu. Ou, ainda, quando, em vez de levar a bolsa para a repartição, chegou lá com o açucareiro – que, pelo menos, era da minha casa mesmo e não fora roubado e não tinha um botijão de gás dentro deixado por alguém que não era meu pai.

 

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Esse menino manja

Enfim, todos nós tomamos decisões ruins às vezes. Às vezes, até com frequência. Com frequência, até todos os dias da nossa vida.

Lembro que, quando criança, a Carolina queria me namorar em um acampamento da escola – o que, à época, acho que correspondia a andar de mão dada e soprar bolinha de sabão e comer formiga juntos.

Eu não quis. Ela, em retaliação aos não jantares à luz de vela e formigas com sabão, escondeu minha trouxinha de roupas sei lá onde. Passei os outros três dias com as mesmas vestes sujas até ir embora – quando ela, finalmente, devolveu minha mochila quase intacta, com a diferença é que havia um pouco de areia, mais terra e mais formigas que o normal lá dentro também.

Claro que eu tive uma decisão ruim. O que custava andar de mãos dadas com uma criança, sendo que eu era outra? Já ela, não julgo.

Hoje em dia, já adulta e em caso de ser contrariada, imagino que deva fazer o equivalente a esconder uma mochila – arrancar o pênis do namorado ou pretendente na base da faca ou dentada, o que tiver mais a mão.

 

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O que nos leva ao ponto central desta newsletter – os textos do 33Giga desta semana. Mas, antes deles, não precisamos – mas vamos – falar um pouco mais sobre decisões ruins.

Dessa vez, no caso, vou contar com o auxílio luxuoso da Marcella e da Beatrix no Slack. Abramos aspas (travessões, no caso).

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– Acabo de ficar presa fora do prédio enquanto um grupo de idosos munidos de uma chave de fenda arrombavam a porta pelo lado de dentro.

– E eu estou viciado neste vídeo. É uma sequência incrível de más decisões. Deve ter acontecido no seu bairro, Marcella.

– Certeza. Por isso que os idosos estavam arrombando a porta com a chave de fenda.

– Já vi muitas vezes. Impossível viver assim!

– Outro que não paro de ver é o da mina do peixe Mola Mola.

– Não sei que vídeo é, mas o peixe em si já rende bastante.

– Esse aqui.

– "Lá tá que ele não tem peso."

– Ai, Sérgio, esse vídeo me fez mal. Muita vergonha alheia.

– Nada. Ela estuda direito. Vai ser advogada. E delegada.

– Grandes merda que tu é adevogada.

– E olha o peixinho sem peso aí.

 

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– Eu já vi esse peixe ao vivo no aquário aqui de Lisboa e ele é muito impressionante.

– Então, você já pode ser advogada. E delegada.

– Grandes merda que tu é adevogada.

– E há mais duas coisas que são fascinantes no vídeo. O outro nome do peixe-lua é Mola Mola!

– Imagina essa coitada indo pra faculdade no dia seguinte.

– Ela pode processar todo mundo. Estuda direito.

– E eles, reprocessam, porque todo mundo estuda direito.

– Grandes merda que são tudo adevogado.

– A outra coisa é que a resposta certa para bicho sem peso é esquilo.

– Pode pesquisar!

– E ela chama o peixe de peixe-moto também, né? Inventou nome ainda por cima.

– Ainda não pesquisei. Mas, se pans, é um elefante.

– Eu pesquisei aqui, não existe.

– Então, ela já nem precisa terminar direito. Tá pronta para virar delegada e forjar flagrante.

– Já eu acho que todo programa deveria ser que nem o WinRAR. “Pague para usar.” “Não.” “Então tá bom, usa aí.”

– Quê?

 

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Inclusive, essa moça do Mola Mola aí me lembrou de outra brincadeira do Silvio Santos, que vi há anos. Ele falava a primeira sílaba e ia para a plateia, que tentava adivinhar que palavra era.

Em uma destas, ele lançou a sílaba “go” e foi perguntar quem sabia qual palavra seria. A primeira mulher a responder tentou “gorgumelo”. A segunda, “goleibol”. Não ouvi a terceira resposta porque o barulho do Paulo Freire saindo do caixão para pegar um protetor de ouvido e voltar ao sono eterno atrapalhou.

"Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é jogar goleibol."

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E, agora sim, vamos ao destaques do 33Giga da semana.

Mas não sem antes comentar sobre sósia brasileiro do Carlo Ancelotti, que nada mais é do que um idoso comum. (Ok, ok. Olhando bem, ele tem uma pegada meio Suppapou Uaçu – também conhecido como aquele índio indígena da Escolinha do Professor Raimundo.)

E, agora, sim, vamos ao futebol

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Decisões...

 

E é isso. Semana que vem, se tudo der certo, tem mais.

Até lá, fique com as colunas anteriores

  • Resumão da Semana: De novo, o além-vida (ou Kid Bengala from Hell)
  • Resumão da Semana: Papa Costinha
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