Home
Notícias
A morte que causou uma Guerra Mundial: Há 111 anos Francisco Ferdinando era assassinado
Notícias

A morte que causou uma Guerra Mundial: Há 111 anos Francisco Ferdinando era assassinado

publisherLogo
Aventuras Na História
28/06/2025 13h00
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/16550948/original/open-uri20250628-36-eo9lb?1751115608
©Getty Images
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Há exatos 111 anos, em 28 de junho de 1914, um tiro disparado por Gavrilo Princip mudou os rumos da história. O jovem nacionalista sérvio matou o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, e sua esposa, Sofia, nas ruas de Sarajevo. O atentado foi o estopim de uma das maiores tragédias do século 20: a Primeira Guerra Mundial.

Embora nem todos os países envolvidos na guerra tivessem interesse direto na figura do arquiduque, sua morte desencadeou um efeito dominó que levou à mobilização em massa, alianças ativadas e, ao fim de pouco mais de um mês, um continente em guerra.

O assassinato serviu como pretexto para que duas potências europeias — Áustria-Hungria e Alemanha — colocassem em prática projetos políticos e estratégicos já em curso. Para os austríacos, a morte do herdeiro Habsburgo nas mãos de um sérvio era inaceitável e conveniente ao mesmo tempo.

Como destacou o portal The Conversation, apesar de não haver provas sólidas de que o governo sérvio estivesse envolvido diretamente no atentado, a cúpula em Viena não se importou com a falta de evidências. O que importava era a oportunidade de resolver, de uma vez por todas, a questão sérvia, que desde o início do século ameaçava a coesão do Império Austro-Húngaro.

O arquiduque e sua esposa minutos antes de serem assassinados / Crédito: Getty Images

Tensões acumuladas

As tensões entre Viena e Belgrado vinham se acumulando desde 1903, quando o rei pró-austríaco Alexandre Obrenović foi deposto e assassinado, e o trono passou para Pedro Karađorđević, pró-russo. Desde então, a Sérvia assumiu uma postura nacionalista e expansionista, desafiando a autoridade imperial e encorajando movimentos separatistas entre os eslavos do sul dentro das fronteiras austro-húngaras.

A Áustria via essa situação como insustentável. O crescimento territorial e político da Sérvia era percebido como uma ameaça direta à estabilidade do império. Com o atentado, os líderes vienenses acreditaram que tinham um argumento legítimo para eliminar esse problema com apoio — ou ao menos sem oposição — internacional.

Berlim, por sua vez, enxergava naquele momento uma chance de redefinir o equilíbrio de forças na Europa. A Alemanha do Kaiser Guilherme II era uma potência industrial em plena ascensão, com avanços tecnológicos, crescimento econômico acelerado e ambições de se firmar como protagonista global. Contudo, suas pretensões diplomáticas eram constantemente frustradas.

O comportamento errático e agressivo da liderança alemã isolava o país e fortalecia alianças rivais, principalmente a franco-russa. Isso alimentava, dentro da Alemanha, a ideia de que o país estava cercado — uma percepção de "cerco" que precisava ser rompida.

O arquiduque ao lado do tio, o imperador Francisco José / Crédito: Getty Images

Estratégia

O apoio alemão à Áustria-Hungria não era apenas uma demonstração de solidariedade entre aliados, mas também parte de uma estratégia mais ampla. Se a Áustria conseguisse subjugar a Sérvia, isso reforçaria tanto o prestígio de Viena quanto o da própria Alemanha. E mesmo que outras potências se envolvessem, Berlim avaliava que o momento ainda era favorável.

A Rússia, principal defensora da causa sérvia, havia sido humilhada pela derrota para o Japão em 1905 e ainda lidava com as consequências da Revolução de 1905. Embora estivesse modernizando seu exército, esse processo levaria anos. Para os estrategistas alemães, era melhor enfrentar os russos agora do que mais tarde, quando estariam mais bem preparados.

Também se considerava que a França, aliada dos russos, talvez hesitasse em se engajar em uma guerra total. Caso Paris se retraísse, a aliança franco-russa perderia valor. Mas, mesmo se todos os aliados entrassem no conflito, setores militares na Alemanha argumentavam que a guerra, inevitável de qualquer forma, seria mais vantajosa se travada imediatamente.

Assim, em Viena e Berlim, o atentado em Sarajevo foi encarado não como uma tragédia, mas como uma oportunidade a ser aproveitada. A resposta à morte de Francisco Ferdinand não foi guiada por luto ou justiça, mas por cálculo geopolítico e ambição. O resultado foi catastrófico e levou à morte de milhões de pessoas.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também