Arqueólogos desenterram adaga esculpida com formato genital masculino

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Arqueólogos fizeram uma descoberta inusitada e reveladora nas ruínas da antiga Fortaleza de Gullberg, no alto de uma colina com vista para o rio Göta, na atual cidade de Gotemburgo, Suécia.
Durante escavações, foi encontrada uma adaga ballock — um tipo de faca medieval com cabo esculpido de maneira sugestiva, imitando os genitais masculinos.
Esse estilo de punhal, também chamado bollock, era popular na Europa do Norte entre os séculos 18 e 19, e seu formato não era apenas decorativo. Posicionada na parte frontal do cinto, servia tanto como símbolo de virilidade quanto como item funcional — usada em combate, refeições e tarefas cotidianas.
O artefato, encontrado quebrado, estava junto a outros vestígios de batalhas, como flechas, virotes de besta e uma bala de chumbo, sugerindo que o local foi palco de violentos confrontos.
Passado do local
A Fortaleza de Gullberg, originalmente construída por volta de 1300 por ordem do rei Birger Magnusson, serviu como linha de defesa contra fortalezas dinamarquesas próximas. Foi atacada e reconstruída várias vezes ao longo dos séculos até ser substituída, no fim do século 17, pelo forte Skansen Lejonet, que permanece de pé até hoje.

“As primeiras fortalezas medievais de Gullberg tinham como função resistir aos avanços dinamarqueses e noruegueses”, explicou ao Daily Mail Anders Altner, arqueólogo do Museu Histórico do Estado. Segundo ele, o número de projéteis e armas encontradas evidencia a intensidade dos combates no local.
As adagas ballock tinham função prática: suas “esferas” no cabo ajudavam a firmar a mão ao golpear inimigos, especialmente em fendas das armaduras. Guias de combate do século 15 mostram seu uso como arma letal em confrontos corpo a corpo. Eram também uma ferramenta reserva comum entre arqueiros e soldados de infantaria, que normalmente usavam espadas ou lanças.
Apesar de sua função militar e aparência ousada, essa adaga também faz parte da vida cotidiana da época. Os arqueólogos também encontraram rolhas de barril de cerveja, um relógio de sol esculpido e até um espalhador de areia — usado para secar tinta em páginas escritas à mão.

Durante o período Tudor na Grã-Bretanha, por exemplo, as adagas ballock se tornaram uma alternativa à espada, que era proibida ao público civil. Eram tão comuns que muitas foram recuperadas do naufrágio do navio de guerra Mary Rose, junto com seus feixes de couro, que às vezes incluíam compartimentos para garfos ou ferramentas.
O porão de uma das construções medievais revelou-se uma cápsula do tempo particularmente rica. Segundo Anders Altner, o local preservava escadas, piso e até partes das paredes e teto, resistindo aos séculos de destruição e reconstrução.
Por fim, o design provocativo da adaga ballock também reflete as normas sociais da época, sendo, ao mesmo tempo, uma declaração de masculinidade e um toque de humor — literalmente pendurada entre as pernas, à frente do corpo, em uma exibição estilizada e simbólica de poder.


