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Arqueólogos remontam afresco romano a partir de milhares de fragmentos de gesso
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Arqueólogos remontam afresco romano a partir de milhares de fragmentos de gesso

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Aventuras Na História
20/06/2025 14h38
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16546474/original/open-uri20250620-18-vrb3rh?1750432867
©Divulgação/Museum of London Archaeology
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Uma equipe de arqueólogos em Londres, no Reino Unido, reuniu milhares de fragmentos de gesso encontrados entre os escombros de uma antiga vila romana a fim de reconstruir um afresco que permaneceu destruído por quase dois mil anos. O trabalho, que mais parecia um gigantesco quebra-cabeça, exigiu meses de paciência, técnica e atenção a cada detalhe.

Acredita-se que, na época, o afresco decorava cerca de 20 paredes internas de um edifício localizado em Southwark, ao sul do rio Tâmisa. A construção, segundo os pesquisadores, pode ter servido como residência de uma família abastada ou até como hospedagem para viajantes. As paredes eram adornadas com painéis nas cores amarela e preta, ilustrados com imagens de pássaros, flores, frutas e instrumentos musicais.

Han Li, principal responsável pelo projeto, descreveu a experiência como única. "Muitos dos fragmentos eram muito delicados e sua manipulação aumentava os riscos de danos e descamentos. Além disso, pedaços de diferentes paredes se misturaram quando o prédio foi demolido", relatou.

A vila em questão remonta ao primeiro ou segundo século d.C., quando Londres, ainda conhecida como Londinium, estava em processo de urbanização sob domínio romano.

A comparação com outros afrescos encontrados na Europa levou os arqueólogos a sugerirem que os murais podem ter sido criados por um grupo itinerante de artistas especializados, que viajavam pelo Império Romano realizando trabalhos sob encomenda. Esses pintores teriam se inspirado em obras de locais como Lyon, na França, e as cidades alemãs de Xanten e Colônia.

Como destacou o portal Galileu, o objetivo das pinturas era claramente exibir a riqueza e o refinamento de seus proprietários. Alguns fragmentos simulam materiais luxuosos, como o pórfiro vermelho egípcio e o mármore amarelo africano, demonstrando o alto padrão artístico.

Assinatura incompleta

Além das imagens decorativas, os arqueólogos encontraram uma assinatura incompleta de um dos artistas, esculpida em uma tábula ansata com a palavra latina FECIT, que significa "fez isto". Infelizmente, o nome do pintor se perdeu.

Outro achado foi um grafite contendo quase todo o alfabeto grego — o único do tipo já identificado na Grã-Bretanha romana. Para os pesquisadores, esses indícios reforçam a hipótese de que o edifício tinha funções comerciais ligadas ao armazenamento ou distribuição de mercadorias.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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