'Ataque em Londres': Série revive atentados de 2005 que chocaram o Reino Unido

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A Netflix estreia nesta terça-feira, 1º, a série documental "Ataque em Londres: Os Atentados de 7 de Julho", que revisita os atentados terroristas que deixaram 52 mortos e mais de 700 feridos na capital britânica, em 2005. A produção chega poucos dias antes do 20º aniversário dos ataques.
Dividida em quatro episódios, a série mostra como quatro homens detonaram bombas suicidas no sistema de transporte público, provocando pânico, caos e a maior caçada policial da história do Reino Unido.
Duas semanas depois, uma segunda tentativa de atentado fracassou, mas intensificou ainda mais a busca pelos responsáveis. Durante essa operação, a polícia matou por engano o brasileiro Jean Charles de Menezes, de 27 anos, confundido com um suspeito.
"Ataque em Londres" traz entrevistas com sobreviventes, familiares de vítimas, pessoas que conheciam os autores dos atentados, policiais que investigaram o caso, o especialista-chefe em explosivos, o então primeiro-ministro Tony Blair, o chefe do MI5, além de integrantes da família de Jean e o policial que efetuou os disparos.
A série também inclui imagens de arquivo inéditas e relatos em primeira pessoa, reconstruindo em detalhes os acontecimentos e seus desdobramentos. Confira o trailer a seguir:
Os atentados
Em 7 de julho de 2005, quatro homens-bomba carregando mochilas com explosivos atacaram o transporte público de Londres, matando 52 pessoas e ferindo mais de 700. Foi o pior atentado terrorista em solo britânico.
Os ataques começaram nas primeiras horas da manhã, quando três dos envolvidos — Mohammad Sidique Khan, Shehzad Tanweer e Hasib Hussain — deixaram Leeds em um carro alugado rumo a Luton, onde encontraram o quarto integrante, Germaine Lindsay. De lá, seguiram de trem para Londres, onde detonariam seus dispositivos quase simultaneamente: três em trens do metrô e um em um ônibus de dois andares.
Segundo informações da BBC, o primeiro atentado aconteceu às 8h50 (horário local), em um trem da linha Circle que saíra da estação King's Cross. Khan, o líder do grupo, explodiu a bomba entre as estações Edgware Road e Paddington, matando seis pessoas.
Pouco depois, Tanweer detonou uma bomba entre as estações Liverpool Street e Aldgate, matando sete pessoas. A explosão mais letal ocorreu na linha Piccadilly, entre King's Cross e Russell Square, onde Lindsay acionou o explosivo em um vagão lotado, matando 26 pessoas.
O último atentado ocorreu às 9h47, em Tavistock Square. Hussain, o mais jovem do grupo, explodiu a bomba no andar superior de um ônibus, matando 13 pessoas. Ele havia vagado pela área de King's Cross após os primeiros ataques, sem conseguir contato com os cúmplices.
O ônibus foi destruído em frente à sede da Associação Médica Britânica, onde dezenas de médicos ofereceram atendimento improvisado às vítimas. O motorista, George Psaradakis, contou à BBC que cerca de 50 passageiros haviam descido momentos antes da explosão devido a desvios no trajeto.
Nos dias que se seguiram aos atentados, o clima de medo e tensão tomou conta de Londres. Duas semanas depois, uma segunda tentativa de atentado fracassou, desencadeando uma enorme operação policial para encontrar suspeitos de terrorismo.
Nesse contexto, no dia 22 de julho, a polícia metropolitana de Londres matou por engano o brasileiro Jean Charles de Menezes, ao confundi-lo com um possível terrorista. Ele foi baleado dentro de um trem na estação de Stockwell, em um caso que gerou revolta internacional e colocou em evidência as falhas e excessos da operação antiterrorismo.


