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Austrália congela bilhões de células de corais para tentar salvar a Grande Barreira
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Austrália congela bilhões de células de corais para tentar salvar a Grande Barreira

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Aventuras Na História
04/06/2025 15h36
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16537820/original/open-uri20250604-55-1azb88r?1749051618
©Getty Images
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Em Sydney, na Austrália, a Sociedade de Conservação de Taronga lidera um dos esforços mais avançados do mundo para preservar os corais diante do colapso ambiental. No zoológico da cidade, tanques de nitrogênio líquido armazenam bilhões de células reprodutivas congeladas da Grande Barreira de Coral.

A proposta é simples, mas ambiciosa: conservar material genético essencial para possibilitar a regeneração futura de um ecossistema à beira da extinção. Segundo informações da AFP, desde 2011, o banco CryoDiversity coleta esperma de dezenas de espécies de corais durante a temporada anual de desova, quando estes liberam óvulos e espermatozoides.

O esperma é tratado com crioprotetores que substituem a água das células e protegem suas estruturas internas durante o congelamento a -196 °C. Os óvulos, no entanto, ainda não podem ser congelados com sucesso, devido à alta concentração de água e gordura, o que limita parte do potencial da técnica.

Até agora, 34 das cerca de 400 espécies da Grande Barreira já estão representadas no banco, com prioridade para aquelas que sustentam a estrutura do recife. A expectativa, segundo Justine O'Brien, chefe científica do programa, é que essas células possam permanecer viáveis por décadas ou até séculos. 

Podemos mantê-los vivos indefinidamente. Você pode descongelá-los em alguns anos, algumas décadas ou centenas de anos, e eles manterão o mesmo potencial fertilizante que existia quando foram coletados e congelados”, disse à AFP, conforme repercute o UOL.

Futuro reprodutivo

O objetivo é assegurar um futuro reprodutivo para os recifes, que vêm sofrendo sucessivos eventos de branqueamento em larga escala provocados pelo aumento da temperatura dos oceanos.

Apenas nos últimos dez anos, cinco desses eventos massivos ocorreram na Grande Barreira. E, com um aquecimento médio global de 1,5°C, entre 70% e 90% dos recifes de corais do planeta devem desaparecer, segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas).

Apesar do cenário crítico, o projeto já apresentou resultados concretos. Em 2023, pela primeira vez, cientistas conseguiram usar esperma congelado para fertilizar óvulos frescos de coral, produzindo larvas viáveis que foram implantadas de volta no recife, informou a AFP. Monitoramentos preliminares indicam que os organismos estão crescendo bem. 

De acordo com O'Brien, o banco criogênico é parte de uma estratégia mais ampla que inclui experimentos com sombreamento artificial dos recifes, cruzamentos de corais mais resistentes ao calor e projetos de reflorestamento marinho. 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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