Baleia-jubarte presa a boia mobiliza resgate na Austrália: 'Está em sofrimento'

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Equipes de resgate seguem à procura de uma baleia-jubarte descrita como "em sofrimento", presa em cordas e arrastando uma boia, após perderem o contato com o animal na costa leste da Austrália. As buscas já entram no quarto dia consecutivo.
A baleia, de aproximadamente 20 toneladas, foi vista pela última vez na tarde deste domingo, 8, nas proximidades de South Head, e acredita-se que tenha alcançado as águas de Wollongong ou Port Kembla na manhã desta segunda-feira, 9. Desde então, nenhum novo avistamento foi confirmado, apesar de três relatos não verificados nas regiões de Gerringong e Gerroa.
Segundo Pip Jacobs, da Organização para Resgate e Pesquisa de Cetáceos na Austrália (ORRCA), as más condições climáticas têm dificultado os esforços. “As condições estão péssimas para confirmar se é a baleia que procuramos, com vento e mar agitado. Nem conseguimos colocar drones no ar para verificar”, afirmou à ABC.
Mais cedo, a vice-presidente da ORRCA, Jessica Fox, fez um apelo aos moradores da costa sul de New South Wales. “Esperamos por avistamentos o quanto antes, para dar à baleia a melhor chance possível. Infelizmente, o mar está muito agitado hoje, com bastante vento, então qualquer sinal antecipado pode ser essencial.”
Resgate complicado
A baleia foi avistada pela primeira vez no sábado, 7, ao sul do Porto de Sydney. Está com uma corda presa à nadadeira peitoral esquerda e arrasta uma boia clara, quase branca, conectada por cerca de 20 metros. Ainda não se sabe onde ou como ocorreu o emaranhamento, nem a origem do objeto.
As primeiras tentativas de resgate no domingo não tiveram sucesso. Equipes especializadas do Serviço de Parques Nacionais e Vida Selvagem (NPWS) estão de prontidão, mas as condições do mar têm impedido a operação.
A baleia está se deslocando em direção ao sul, o que contraria o padrão migratório típico da espécie nesta época do ano, quando as jubartes sobem a costa leste da Austrália rumo a águas tropicais para acasalar ou dar à luz.
É muito incomum vê-la nadando para o sul tão cedo na temporada. Isso nos faz pensar que ela está em sofrimento e pode estar tentando voltar ao Oceano Antártico”, explicou Fox à ABC.
Segundo a ORRCA, o deslocamento da baleia tem sido errático: ora lento, ora acelerado — um possível sinal de estresse. Especialistas treinados estão analisando imagens fornecidas por drones e por membros do público para tentar confirmar a identidade do animal.
Uma vez localizada, a equipe de resgate definirá a melhor formação de embarcações para tentar cortar a corda de forma segura. “É um processo metódico, focado e específico, pensado para garantir a segurança tanto da baleia quanto da equipe”, disse a vice-presidente da organização.
“O comportamento animal é imprevisível, e é difícil saber há quanto tempo ela está presa. Procurar uma baleia enredada é como procurar uma agulha no palheiro. Ela pode ter o tamanho de um ônibus, mas o oceano é imenso”, acrescentou Vanessa Pirotta, cientista de vida selvagem, ao The Guardian.


