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Casimir Pulaski, general que lutou na Revolução Americana, era intersexo?
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Casimir Pulaski, general que lutou na Revolução Americana, era intersexo?

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Aventuras Na História
13/05/2025 20h00
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©Getty Images
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Um famoso herói polonês que lutou durante a Revolução Americana pode ter sido uma pessoa intersexo. Ao menos é o que dizem pesquisadores que analisaram os restos mortais que seriam do revolucionário.

Desde a morte de Casimir Pulaski, muito se debate sobre o general, das circunstâncias de sua morte até mesmo se os restos mortais depositados no monumento em sua homenagem pertenceriam de fato a ele.

Foi com a finalidade de encerrar esse debate que uma equipe de pesquisadores decidiu, durante a década de 1990, exumar o esqueleto. O que eles não imaginavam era que esse movimento acabaria por aprofundar o mistério envolvendo essa enigmática figura histórica.

O motivo? O esqueleto desenterrado tinha características tipicamente femininas, especialmente os ossos pélvicos e estrutura facial delicada.

Teorias

Na época, os especialistas teorizaram que seria possível que o corpo enterrado no monumento não fosse, de fato, de Pulaski.

Contudo, muitas das características conhecidas do soldado coincidiam com as encontradas nos restos mortais: idade ao morrer, altura e até mesmo uma lesão curada na mão direita, além de alterações nas articulações do quadril, comuns em cavaleiros. Uma nova hipótese foi então proposta: talvez Pulaski fosse intersexo.

Pulasky em retrato e obelisco em homenagem ao revolucionário / Crédito: Getty Images

O termo, conforme destaca a revista Smithsonian, se aplica a pessoas que nascem com "uma anatomia reprodutiva ou sexual que não parece se encaixar nas definições típicas de feminino ou masculino".

No ano de 2019, uma investigação sobre o DNA dos restos mortais foi apresentada em documentário do Smithsonian Channel, sugerindo que o esqueleto pertencia de fato a Pulaski e que o herói era mesmo intersexo.

Um polonês na América

Nascido em Varsóvia no ano de 1745, Pulaski chegou a participar da resistência contra a interferência russa na independência da Polônia. Ele, no entanto, acabou fugindo para a França, onde conheceu Benjamin Franklin, que o recomendou a George Washington. Em 1777, chegou aos EUA a fim de prestar apoio aos revolucionários.

Durante a Batalha de Brandywine, liderou um ataque contra os britânicos e salvou as forças americanas enquanto elas recuavam. Mais tarde foi nomeado general e "chefe da cavalaria" pelo Congresso. Como destacou Virginia Hutton Estabrook, professora assistente de antropologia da Georgia Southern University, tratava-se de uma "existência muito masculina".

O general morreu em outubro de 1779 em decorrência de um grave ferimento de batalha em Savannah, conforme relatos. A cronologia do que viria a seguir, entretanto, não é clara.

Gravura e estátua equestre em homenagem a Pulaski / Crédito: Getty Images

Enquanto uns disseram que Pulaski foi levado para um navio de guerra, onde morreu e foi enterrado no mar, outros apontaram que o polonês teria sido transportado para um hospital de campanha francês em uma plantação de Savannah, onde foi enterrado.

Análise de DNA

Na década de 1850, os restos mortais encontrados na plantação foram removidos e levados para o monumento de Pulaski. Já naquela época, porém, muitas pessoas duvidavam que o corpo fosse realmente do revolucionário.

Os pesquisadores envolvidos no novo estudo destacaram que a análise de DNA foi um primeiro passo fundamental. "Todas essas discussões sobre Pulaski [ser] intersexo eram super especulativas quando a explicação mais fácil era que simplesmente não era Pulaski", disse Estabrook.

Embora as tentativas de obter evidências de DNA do corpo na década de 1990 não tenham sido bem-sucedidas, Estabrook destacou: "algumas amostras de ossos [foram] reservadas para futuras análises genéticas, na esperança de que nossa capacidade de extrair DNA de amostras de esqueletos bastante degradadas pudesse melhorar com o tempo — o que aconteceu. "

Estabrook e seus colegas utilizaram essas amostras preservadas para comparar o DNA mitocondrial — herdado da mãe — dos restos mortais com o de um parente conhecido de Pulaski falecido em 1800. Os resultados foram compatíveis, o que sugere que os restos mortais eram de Pulaski, confirmando que ele era intersexo.

A fonte destaca que Pulaski e seus contemporâneos poderiam nem mesmo saber que ele era diferente. Como destaca Estabrook, há "muita variação individual em como essas condições se manifestam em qualquer pessoa".

Afinal, embora pessoas intersexo possam por vezes nascer com genitália ambígua, a condição também tem variações menos óbvias. É possível que indivíduos intersexo pareçam homem ou mulher, mas com órgãos internos ou hormônios que "não correspondem" ao seu sexo aparente.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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