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Cientistas argentinos protestam com máscaras inspiradas em 'O Eternauta'
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Cientistas argentinos protestam com máscaras inspiradas em 'O Eternauta'

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Aventuras Na História
29/05/2025 17h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16534569/original/open-uri20250529-18-11lrrdt?1748538475
©Getty Images
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Com máscaras de gás e trajes inspirados na série 'O Eternauta', cientistas, estudantes e professores tomaram as ruas de Buenos Aires e outras oito cidades da Argentina na última quarta-feira, 28, para protestar contra o desmonte do sistema científico nacional.

A manifestação, que simulava uma distopia semelhante à da clássica história em quadrinhos — recentemente adaptada pela Netflix —, denunciou o impacto das políticas de austeridade do governo Javier Milei sobre o setor de ciência e tecnologia.

Segundo o Centro Ibero-Americano de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Inovação (Ciicti), o orçamento federal para a área em 2025 será de apenas 0,152% do PIB — o menor já registrado no país. A execução orçamentária do Conicet (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas), principal órgão de fomento à pesquisa, caiu 20,5% apenas nos primeiros quatro meses do ano.

Bolsas de estudo e salários estão congelados, e as nomeações para novos pesquisadores foram interrompidas. "Assim como na série que todos estamos assistindo, uma ‘neve tóxica’ paira sobre o sistema científico argentino, corroendo estruturas e apagando futuros", declarou a pesquisadora Silvina Romano.

Urgência

Segundo a 'Folha de São Paulo', os números reforçam o tom de urgência. Desde dezembro de 2023, mais de 4 mil postos de trabalho ligados à ciência foram eliminados, segundo o Ciicti. Apenas nos últimos três meses, 531 empregos desapareceram. O Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti) também sofreu: sua execução orçamentária caiu 24%.

Diante do colapso iminente, manifestantes distribuíram panfletos com os dizeres: "A tempestade está avançando, assim como a resistência". A cena, misto de ficção e realidade, escancarou o que muitos consideram a maior ameaça ao conhecimento científico argentino desde o fim da ditadura, em 1983.

Além do impacto imediato sobre os profissionais da área, os manifestantes alertaram para as consequências de longo prazo que o desmonte pode trazer à sociedade argentina.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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