Colônias gigantes de ‘superformigas’ causam cortes de energia na Europa

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Colônias gigantes da formiga Tapinoma magnum, com até 20 milhões de indivíduos, vêm provocando cortes de energia e falhas na internet em regiões da Europa. O fenômeno, que já gerou prejuízos de milhares de euros, foi destacado pelo jornal britânico Daily Mail nesta segunda-feira, 9.
A espécie, nativa de países do Mediterrâneo como Argélia, Marrocos e Tunísia, está se espalhando rapidamente para o norte do continente, alcançando França, Alemanha, Suíça, Bélgica e Holanda.
Segundo a Associação Britânica de Controle de Pragas (BPCA), as T. magnum são pretas, medem cerca de 3 mm de comprimento e se parecem muito com a formiga-preta-de-jardim (Lasius niger). Elas apresentam um comportamento característico: formam trilhas bem definidas no chão e sobem pelas paredes em linhas organizadas e numerosas.
Supercolônias
Niall Gallagher, gerente técnico da BPCA, explicou ao jornal britânico que a T. magnum forma “supercolônias” que deslocam espécies nativas. Elas cavam túneis subterrâneos que desestabilizam o solo, comprometem vias públicas e mordem cabos elétricos, resultando em quedas de energia e falhas na infraestrutura urbana.
Em Kehl, na Alemanha, uma supercolônia causou interrupções no fornecimento de eletricidade e internet ao destruir parte da fiação subterrânea, informou a emissora SRF.
O que mais preocupa os pesquisadores é o comportamento incomum da T. magnum: ao invés de competirem entre si, colônias diferentes se unem, formando alianças que resultam em aglomerados gigantes com múltiplas rainhas. Essa fusão contínua facilita a ocupação de grandes áreas e dificulta o controle da infestação.
A expansão da espécie está ligada principalmente à importação de plantas ornamentais do Mediterrâneo — especialmente árvores e vasos. Dotadas de alta resistência ao frio, essas formigas sobrevivem a invernos rigorosos e se adaptam facilmente a ambientes urbanos como jardins, calçadas e centros de paisagismo.
Com as mudanças climáticas favorecendo invernos mais amenos e verões mais longos, especialistas temem que o Reino Unido ofereça, em breve, condições ideais para que a espécie também se estabeleça por lá.


