Conclave: Cardeal revela o quão perto filme esteve da realidade

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O conclave secreto que elegeu o sucessor do Papa Francisco em Roma, esta semana, foi marcado por um clima de fraternidade e serenidade, bem diferente do ambiente de tensão e intrigas mostrado recentemente no filme 'Conclave'. Quem afirma isso é o cardeal Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, que participou pela primeira vez do processo papal.
Em entrevista a jornalistas na sexta-feira, 9, um dia após a eleição do novo pontífice, o cardeal compartilhou suas impressões. "Achei muito revigorante e mais parecido com um retiro espiritual do que qualquer outra coisa", afirmou Nichols.
Havia uma sensação de que ali havia uma espécie de espaço sagrado e, dentro desse espaço, era possível, em um nível muito profundo, simplesmente ser eu mesmo", seguiu.
Nichols ainda contou que sentiu dificuldade para se despedir da experiência. "Quando estávamos almoçando hoje, uma parte de mim não queria ir embora, porque havia algo a ser profundamente valorizado na fraternidade e na devoção que ela traz", disse.
Contraste
O contraste com o filme 'Conclave', estrelado por Ralph Fiennes, Isabella Rossellini, Stanley Tucci e John Lithgow, é evidente. Baseado no romance de Robert Harris, o longa retrata um conclave cheio de manobras políticas, clérigos intrigantes e ameaças externas. O filme ganhou quatro prêmios Bafta e um Oscar de roteiro adaptado, consagrando-se como um sucesso de crítica.
Na vida real, porém, Nichols relatou um ambiente muito mais simples e espontâneo. Ele destacou que durante as refeições na Casa Santa Marta, onde os cardeais estavam hospedados, não havia articulações políticas nem pressão de grupos.
"Eu entrava em cada refeição e simplesmente me sentava onde havia uma cadeira, ao lado de quem quer que fosse", contou. "Em nenhum momento senti que havia o menor resquício de rancor ou alguém tentando se promover ou bloquear outra pessoa".
Segundo o 'Independent', com 133 cardeais votantes reunidos sob as portas fechadas da Capela Sistina, o conclave manteve os detalhes de sua deliberação em sigilo, como manda a tradição.


