Creche envenena 235 crianças com tinta com chumbo na China

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Nesta terça-feira, 22, seis pessoas foram presas na cidade de Tianshui, na província de Gansu, na China, depois que mais de 230 crianças de um jardim de infância foram contaminadas com chumbo. A substância tóxica chegou às crianças através de alimentos coloridos com tinta industrial imprópria para consumo, colocada com a intenção de dar uma aparência mais atraente às refeições.
No último domingo, 20, um relatório investigativo divulgado pelo comitê provincial do Partido Comunista apontou uma sequência de falhas em segurança e supervisão em torno do caso, além de tentativas de encobri-lo, subornar autoridades e até adulterar resultados de exames.
Conforme repercute a Folha de S. Paulo, os seis detidos são funcionários da creche, incluindo a diretora. Além deles, outras 27 pessoas relacionadas à instituição, ao hospital municipal e a órgãos do governo local também estão sendo investigadas.
A investigação do caso apontou, até o momento, que a diretora da creche solicitou o uso de pigmentos para dar uma aparência mais atraente às refeições, pensando em atrair mais alunos com isso. Então, o cozinheiro da escola comprou o produto pela internet, mesmo sendo rotulado que ele é "impróprio para consumo", e misturado à comida.
Após um dos pigmentos ser testado, as autoridades destacaram que os níveis de chumbo ali presentes era até 400 mil vezes acima do permitido por lei. Por conta disso, 235 crianças acabaram hospitalizadas, apresentando sintomas como dores abdominais, náuseas e até escurecimento nos dentes; mas felizmente todas já passaram por tratamento e só uma ainda não recebeu alta. Vale destacar que funcionários e até a diretora também apresentaram elevados níveis de chumbo no sangue.
Investigação
Em relatório divulgado por autoridades chinesas, fora as falhas cometidas pela administração da creche, também foram apontadas graves falhas na resposta das autoridades locais. Destaque vai a pelo menos dois exames médicos que foram supostamente adulterados, para mascarar a gravidade da contaminação.
Além disso, a supervisão da creche também foi supostamente negligenciada, visto que a instituição funcionava sem uma licença adequada e sequer passava por inspeções regulares. Dessa forma, o relatório divulgado pelo Partido Comunista sugere que autoridades locais podem ter recebido propina de pessoas relacionadas à creche, para que ela funcionasse.
Por fim, após a repercussão do caso, o governo de Gansu afirmou em nota estar "profundamente entristecido" com o episódio, e pediu desculpas a todas as famílias afetadas. Vale destacar que, no domingo, 21, pais se reuniram em um protesto na frente da creche, marcado inclusive por confronto com a polícia.



