Digital em maço de cigarros resolve misterioso assassinato após 48 anos

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O assassinato de Jeanette Ralston, em 31 de janeiro de 1977, parecia um crime sem solução. A mulher, então com 24 anos de idade, estava em um bar em San José, na Califórnia, quando disse a amigos que se ausentaria por 10 minutos e não voltou mais. No dia seguinte, a jovem foi encontrada estrangulada com a manga de uma camisa feminina de cor vermelha, no banco de trás de seu Volkswagen Fusca, em um estacionamento não muito longe do bar.
Hoje, quase cinco décadas após o crime, as autoridades acreditam saber quem foi o responsável pelo assassinato — e isso graças a uma impressão digital encontrada em um maço de cigarros.
Na última sexta-feira, Willie Eugene Sims, de 69 anos, foi extraditado de Ohio e formalmente acusado em San José, onde está sendo mantido sob custódia sem direito à fiança. Ele, que não se declarou culpado, deve comparecer a uma audiência marcada para agosto. As informações são do New York Times.
Maço de cigarros
Na época do crime, os investigadores encontraram, além da camisa vermelha, um maço de cigarros da marca Eve. A polícia também tinha em mãos um retrato falado de um homem suspeito com quem Jeannete teria deixado o bar na noite do crime.
"Essa foi uma solução bem à moda antiga, em muitos aspectos", declarou Rob Baker, o promotor-adjunto que lidera a unidade de casos arquivados da promotoria do Condado de Santa Clara. "Esse caso foi resolvido pelos investigadores originais em 1977, quando levantaram aquela impressão (A impressão digital vinha do maço de cigarros)", prosseguiu. Várias impressões digitais foram coletadas na época, mas elas não coincidiam com o banco de dados do FBI.
"No ano passado, jogamos um último ‘Hail Mary’ e passamos todas as impressões digitais da cena do crime novamente pelo banco de dados do FBI", disse Baker.
"O grande avanço veio no verão passado, quando os peritos da polícia de San José nos disseram que havia uma correspondência que levou nossos investigadores a uma pequena cidade em Ohio seis meses depois", continuou o promotor-adjunto. De acordo com ele, tudo isso foi possível graças a uma mudança no algoritmo de busca de impressões digitais do FBI, feita em 2018.
Após essa atualização, os agentes foram capazes de identificar as digitais de Sims que, à época do crime, era um soldado de 21 anos. Um ano após o assassinato, ele foi condenado por tentativa de homicídio e roubo com uso de faca no condado de Monterrey, a cerca de 110 quilômetros de San José.
O homem, que cumpriu quatro anos de prisão e não teve novos registros criminais após ser liberado, mudou-se da Califórnia antes que seu DNA fosse inserido no banco federal de dados administrado pelo FBI.
Com um mandado de busca em mãos, os investigadores se dirigiram a Ohio, coletaram o DNA do suspeito e concluíram que se tratava do mesmo encontrado sob as unhas de Ralston e na manga localizada na cena do crime.


