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Escavações revelam tragédias ocultas em abrigos da Igreja Católica irlandesa
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Escavações revelam tragédias ocultas em abrigos da Igreja Católica irlandesa

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Aventuras Na História
14/07/2025 16h55
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16561204/original/open-uri20250714-35-ltf24?1752512113
©Divulgação/Big Things films
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Entre 1922 e 1998, um sombrio capítulo da história irlandesa envolveu a separação de crianças de suas mães em instituições conhecidas como "lares", geridos pela Igreja Católica.

Um dos locais mais notórios foi a Casa de Santa Maria, localizada em Tuam, onde mulheres solteiras e gestantes eram enviadas para dar à luz em segredo, enfrentando frequentemente a dura realidade de serem afastadas de seus filhos logo após o parto.

Separação

Estima-se que milhares de bebês foram adotados por famílias em diferentes partes do mundo, incluindo Estados Unidos, Canadá e Austrália. Contudo, muitos não sobreviveram, e suas mortes passaramdespercebidas, com os corpos sendo descartados sem que suas mães tivessem conhecimento do que havia acontecido.

No dia 14 de agosto, uma equipe de peritos forenses iniciou a escavação de uma vala comum em Tuam, onde acredita-se que os restos mortais de 796 crianças estejam sepultados. Esta ação marca um passo importante na busca por justiça e reconhecimento das atrocidades cometidas.

Durante quase oito décadas, a Igreja Católica e o governo irlandês colaboraram na criação de um sistema institucional opressivo que visava controlar e punir mulheres solteiras.

Essa estrutura social resultou em uma cultura de silêncio e vergonha que deixou cicatrizes profundas na sociedade irlandesa. Embora as atitudes tenham mudado ao longo dos anos, as consequências desse sistema ainda ressoam entre os sobreviventes e familiares das vítimas.

Maggie O'Connor foi enviada ao lar após ser estuprada pelo zelador da escola onde cresceu. No abrigo, mães e filhos eram separados, com muitas mulheres sendo transferidas para as Lavanderias Magdalene, onde eram forçadas a trabalhar sem remuneração.

Os bebês tinham destinos incertos: alguns eram adotados por famílias casadas, outros eram institucionalizados ou traficados ilegalmente.

Dados revelados pelo Projeto Clann indicam que mais de duas mil crianças foram enviadas para os Estados Unidos entre as décadas de 1940 e 1970. No entanto, a mortalidade infantil nessas instituições era alarmante; pelo menos nove mil crianças perderam a vida em condições precárias.

A descoberta da vala comum se deve ao trabalho incansável da historiadora Catherine Corless, que revelou que muitos bebês faleceram sem registros adequados e foram enterrados em um tanque de esgoto desativado.

Inicialmente, as autoridades ignoraram suas descobertas; no entanto, a persistência dela e das sobreviventes resultou em uma investigação oficial pelo governo irlandês em 2015.

A investigação confirmou o alto índice de mortalidade infantil nas instituições e evidenciou que o governo tinha conhecimento sobre essas condições deploráveis. Em resposta às descobertas chocantes, um pedido formal de desculpas foi emitido em 2021, juntamente com um plano de reparação.

Apesar dos avanços recentes, muitos familiares e sobreviventes continuam insatisfeitos com a forma como têm sido tratados. Atualmente, especialistas forenses trabalham para analisar os restos mortais encontrados na vala comum em Tuam.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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