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Eslováquia autoriza venda e consumo de carne de urso após aumento de ataques
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Eslováquia autoriza venda e consumo de carne de urso após aumento de ataques

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Aventuras Na História
29/05/2025 12h23
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16534386/original/open-uri20250529-18-1p007ud?1748523954
©Getty Images
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A Eslováquia anunciou nesta quarta-feira, 28, a autorização para o consumo e comercialização da carne de urso-pardo, espécie protegida pela União Europeia (UE). A medida ocorre após o governo de coalizão, formado por partidos nacionalistas, aprovar no mês passado o abate de até 350 desses animais no país, que possui cerca de 1.300 ursos-pardos em seu território.

O secretário de Estado do Meio Ambiente, Filip Kuffa, do partido de extrema direita SNS, confirmou em publicação no Facebook que a carne dos ursos abatidos será vendida ao público, justificando que “a carne de urso é comestível” e que seria um desperdício descartar os animais. 

"A partir de hoje, nossas organizações subordinadas ao Ministério do Meio Ambiente — desde que cumpram todas as exigências — passarão a oferecer os exemplares abatidos para venda", escreveu Kuffa.

Segundo dados oficiais, 92 ursos foram mortos em 2024 no país, que possui cerca de 5,4 milhões de habitantes. Outros 52 morreram atropelados ou por caça ilegal. Em abril, a Eslováquia declarou estado de emergência em grande parte do território diante do aumento dos ataques a humanos, considerados “indesejáveis” pelo governo.

Em coletiva de imprensa, o primeiro-ministro Robert Fico justificou o plano de abate em massa afirmando que “não podemos viver em um país onde as pessoas têm medo de entrar na floresta”.

Críticas 

A decisão do governo provocou forte reação de ambientalistas e organizações não governamentais. A ONG We are Forest alertou que a venda da carne em “açougues estatais” pode incentivar a caça ilegal. "Se o estado enviar a mensagem de que não se importa com a proteção, os caçadores ilegais só enfrentarão sanções eventuais", disse o ambientalista Marian Hletko à AFP.

Michal Wiezik, ecologista e eurodeputado do partido opositor Eslováquia Progressista, afirmou à BBC no mês passado que o plano do governo é “absurdo” e que ele já falhou ao tentar conter os ataques “com o abate sem precedentes dessa espécie protegida”.

Além das controvérsias sobre o abate, há riscos sanitários relacionados ao consumo da carne de urso. Esses animais podem hospedar o parasita Trichinella, que causa doenças graves em humanos. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) recomenda que a carne seja testada e cozida a temperaturas acima de 70 °C para garantir segurança alimentar.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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