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Golfinhos de Noronha revelam sistema de guarda para proteger o grupo
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Golfinhos de Noronha revelam sistema de guarda para proteger o grupo

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Aventuras Na História
27/05/2025 22h27
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16533381/original/open-uri20250527-19-o4y7hp?1748385086
©Divulgação/Projeto Golfinho Rotador
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O que antes era visto apenas como espetáculo acrobático dos golfinhos-rotadores de Fernando de Noronha agora é entendido como uma complexa forma de vigilância. Segundo o Projeto Golfinho Rotador, que há 35 anos monitora os animais no arquipélago, os saltos no ar são parte de um sofisticado "comportamento de guarda" exercido por machos adultos para proteger o grupo — especialmente fêmeas e filhotes — contra ameaças como embarcações e tubarões.

A pesquisa revelou que esses indivíduos atuam como sentinelas temporárias, com funções rotativas baseadas em experiência, vigor físico e nas necessidades momentâneas da comunidade.

A conclusão vem de um extenso conjunto de observações feitas por mergulhos, embarques em botes com casco transparente e coleta de material genético. Em mais de 8.600 registros de atividades aéreas em apenas 19 dias, mais de 97% foram realizadas por adultos, majoritariamente machos. Esses comportamentos, segundo o oceanógrafo José Martins, coordenador do projeto, formam um sistema de comunicação não verbal entre os golfinhos, funcionando como alertas de ameaça e orientações de rota para o grupo.

Consequências

Contudo, o aumento descontrolado do turismo ameaça esse delicado sistema. "Quanto mais tempo os barcos perseguem os golfinhos, menos eles conseguem estar atentos aos tubarões, descansar e cuidar dos filhotes", alerta Martins. A consequência é o aumento do estresse, menor taxa de reprodução e risco elevado de ataques.

Segundo o 'G1', a pesquisa tem sido fundamental na criação de políticas públicas como a proibição de mergulhos com golfinhos e a delimitação de áreas de exclusão, na tentativa de garantir que Noronha permaneça um santuário marinho para essa espécie tão simbólica.

Além da contribuição para a ciência, o trabalho do projeto tem impacto direto na educação ambiental e no turismo sustentável. As descobertas vêm sendo usadas em campanhas de conscientização para que visitantes compreendam que a simples aproximação excessiva pode comprometer o bem-estar dos golfinhos. "Queremos garantir que futuras gerações ainda possam ver esses animais livres e saudáveis em Noronha, mas isso só será possível se houver respeito pelos limites que a natureza impõe", conclui Martins.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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