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Governo colombiano pagará a quem arrancar plantas de coca no país
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Governo colombiano pagará a quem arrancar plantas de coca no país

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Aventuras Na História
05/06/2025 13h19
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©Getty Images
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Mesmo passando décadas da morte de Pablo Escobar, um dos maiores traficantes de cocaína de toda a história, a Colômbia ainda enfrenta uma dura luta contra a droga, que inclusive vem atingindo máximos históricos de produção e cultivo nos últimos anos. Nesse cenário, o governo da Colômbia recentemente lançou uma proposta inusitada para o combate.

Isso porque, conforme repercute o UOL, o governo colombiano prometeu pagar aos camponeses para arrancarem as plantas de coca, fundamentais para a produção da droga, impactando assim o narcotráfico "pela raiz".

Ao contrário de iniciativas anteriores, esta contempla um primeiro subsídio antecipado de pouco mais de US$ 300 (cerca de R$ 1.700, na cotação atual) para quem arrancar as plantações. Ao todo, as famílias devem receber 12 pagamentos, o primeiro para arrancar as plantas, e os demais para adquirir os insumos necessários para transicionar para outros cultivos lícitos, como café e cacau.

Em paralelo, enquanto o novo plano é implantado, a Colômbia aguarda a decisão dos Estados Unidos, agora comandados por Donald Trump, de se haverá uma renovação da certificação do país como aliado na luta contra o narcotráfico.

Vale mencionar também que o atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chegou ao poder em 2022 prometendo mudar a abordagem punitiva da guerra contra as drogas, em busca de estabelecer um acordo de paz com todos os grupos armados. Porém, recentemente, começou uma nova ofensiva contra os grupos ilegais, além de ter prometido fumigar um herbicida nos cultivos de coca.

Medida funcional?

Conforme declarou Gloria Miranda, chefe da Direção de Substituição de Cultivos de Uso Ilícito, à AFP, o novo programa tem como objetivo acabar com pelo menos 45 mil hectares de plantações de coca em algumas das áreas mais conflituosas do país. Vale mencionar que, em 2023, um balanço de ONU estimava que existiam 253 mil hectares de narcocultivo na Colômbia.

Dessa forma, o governo deve desembolsar cerca de US$ 14,4 milhões (R$ 82 milhões) para a iniciativa, embora o valor possa variar conforme a adequação de famílias ao programa. Porém, essa medida ainda gera dúvidas e debates entre especialistas.

Estefanía Ciro, ex-coordenadora de investigações sobre o narcotráfico da Comissão da Verdade explica à AFP que, em janeiro, o presidente colombiano fez uma "virada muito clara" em sua postura no combate à cocaína, e que considera que este programa "mantém exatamente as mesmas condições" de tentativas infrutíferas anteriores. Isso porque ela manteria como "primeiro princípio" que "a coca tem que desaparecer", sem considerar, antes, o fim do conflito armado nas regiões.

Isso se reforça pois, com o acordo de paz do governo colombiano com a guerrilha das Farc em 2016, que desarmou essas forças armadas e também contemplava um programa de substituição de cultivos, o narcotráfico também não chegou ao fim. Dessa forma, para Ciro, é um erro aplicar essa nova estratégia de Petro sem que o desarmamento dos grupos ilegais seja acordado.

De qualquer forma, aparentemente o projeto vem avançando nas montanhas, mesmo que as autoridades não recebam as folhas de coca em suas mãos. Porém, Gloria Miranda assegura que haverá um monitoramento "criterioso" por satélite, visto que é difícil verificar o destino de cada planta.

Pablo Daza, secretário de governo de Argélia, um município da região de Cañón del Micay, no sudoeste do país, também admite que existe o risco de pessoas tentarem enganar o governo, por isso, a verificação dos casos se mostra uma necessidade e mais um desafio em garantir que os cultivos de coca se encerrem.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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