Governo peruano resgata 1600 turistas retidos em Machu Picchu após manifestações
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O governo peruano anunciou, nesta terça-feira, 16, o resgate de aproximadamente 1.600 turistas que estavam presos nas proximidades de Machu Picchu, um dos mais conhecidos sítios arqueológicos do mundo. A situação se deu devido a protestos de residentes locais que entraram em confronto com a polícia, levando à interrupção do transporte ferroviário entre Machu Picchu e a cidade de Cusco, localizada a cerca de 110 km.
A Ministra do Comércio Exterior e Turismo, Desilú León, informou que os visitantes foram transferidos para Cusco após serem retidos em decorrência de bloqueios realizados por moradores que exigem a mudança da empresa responsável pelo transporte terrestre de ônibus entre a estação ferroviária e o famoso destino turístico. Essa demanda surge após o término de uma concessão de 30 anos.
Machu Picchu, reconhecida como Patrimônio da Humanidade desde 1983, recebe em média 4.500 visitantes diários, muitos dos quais são turistas internacionais. O descontentamento local resultou na retenção de cerca de 2.300 visitantes, com 1.400 sendo evacuados durante a madrugada com apoio policial, após a liberação da rota ferroviária na meia-noite de segunda-feira.
Novos bloqueios
A ministra León declarou à rádio RPP que, embora 1.400 turistas tenham sido resgatados, ainda restam cerca de 900 pessoas que permanecem retidas devido a novos bloqueios na estrada. Em face desses obstáculos, as autoridades policiais interromperam temporariamente a operação de resgate em virtude dos confrontos com os manifestantes.
Óscar Luque, representante da Defensoria do Povo, relatou que os moradores decidiram entrar em uma “trégua” até a manhã de quarta-feira. Entre os turistas resgatados encontram-se cidadãos de vários países, incluindo França, Japão, Estados Unidos, Polônia, Chile, Brasil, Alemanha, México e Portugal.
Durante o período de interrupção das operações de resgate, alguns turistas foram forçados a realizar caminhadas que duraram até três horas para alcançarem transporte alternativo. Um turista chileno identificado como Miguel Salas expressou sua frustração com a situação: “A alternativa que nos dão (…) é que caminhemos por duas, três horas para então pegar algum ônibus ou algum (outro) transporte (…) No meu caso, não posso porque minha esposa está grávida“.
Os protestos são liderados pela Frente de Defesa dos Interesses de Machu Picchu, que anunciou uma greve por tempo indeterminado até que uma nova empresa de transporte terrestre inicie suas operações na área. De acordo com informações da Polícia, os manifestantes obstruíram a ferrovia utilizando rochas e troncos.
Embora sua concessão tenha expirado em 4 de setembro, a empresa Consettur Machupicchu declarou à AFP que continua prestando serviços sem fornecer maiores detalhes sobre a situação.