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Gravura rupestre que revela segredos de antigos reis é descoberta no Egito
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Gravura rupestre que revela segredos de antigos reis é descoberta no Egito

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Aventuras Na História
10/07/2025 12h25
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16558680/original/open-uri20250710-35-1xvb1dd?1752150610
©Divulgação/Antiquity/Dorian Vanhulle
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Recentemente, arqueólogos descobriram perto da cidade de Aswan, no Egito, uma pedra com uma rara gravura rupestre esculpida, que chamou grande atenção dos pesquisadores. Podendo datar do quarto milênio a.C., séculos antes das primeiras pirâmides, ela pode ser uma peça fundamental para conhecer mais os segredos dos antigos reis egípcios.

Notavelmente bem preservadas, as gravuras mostram uma figura sentada em um grande barco ornamentado, puxado por outros cinco indivíduos enquanto outro o conduz com um remo. Destaque vai à figura sentada, que apresenta as características típicas dos primeiros reis egípcios, como as longas e pontudas barbas falsas dos faraós.

Segundo o novo estudo que descreveu a descoberta, publicado na revista Antiquity, a figura sentada seria um membro da antiga elite política e militar egípcia, na época da Primeira Dinastia. Este, vale mencionar, foi um momento crítico na história dos antigos egípcios, pois marcou o início da unificação política em todo o Egito, culminando na eventual formação do estado egípcio sob o comando do primeiro faraó, Narmer, em 3100 a.C..

Porém, vale mencionar que, embora ainda sejam necessários mais estudos sobre o achado, os pesquisadores afirmam com certeza que a figura ali representada não é Narmer; logo, a verdadeira identidade dessa elite guerreira segue como um mistério.

Conforme repercute o Daily Mail, a gravura foi encontrada em um grande afloramento de arenito, em uma área que serviu como pedreira desde pelo menos 330 a.C. até os dias atuais. Ao redor do local, várias esculturas de diferentes períodos já foram encontradas, mas esta mais recente é a primeira referente à Primeira Dinastia.

Vale mencionar que o barco na gravura, retratado voltado para o norte — o que seria rio acima, caso estivesse subindo o Nilo —, é bastante significativo pois esse é um dos motivos mais recorrentes na arte egípcia antiga. "O barco é onipresente e investido de significados ideológicos e simbólicos complexos", afirma em comunicado o Dr. Dorian Vanhulle, egiptólogo do Musée du Malgré-Tout, na Bélgica, e autor do estudo.

Gravura rupestre descoberta no Egito / Crédito: Divulgação/Antiquity/Dorian Vanhulle
Representação de barco da gravura / Crédito: Divulgação/Antiquity/Dorian Vanhulle

Contexto da obra

Ao comparar a imagem com outras representações de barcos de vários períodos, o Dr. Vanhulle foi capaz de determinar a idade da gravura. Os resultados sugerem que ela foi esculpida no período em que o Egito estava em transição para o período dinástico inicial, logo após a unificação do Alto e Baixo Egito.

Neste período, viu-se o nascimento da cultura egípcia antiga como a conhecemos hoje, com o surgimento e estabelecimento das primeiras estruturas políticas e o desenvolvimento da escrita. Porém, como se deu essa transição e como era a sociedade para as pessoas que viveram a época, ainda é um mistério.

Vale mencionar ainda que, no período, ainda era comum ver representações de grupos de figuras cobertas por penas, mas que foram gradualmente substituídas por imagens com uma única figura usando uma coroa. Hoje, arqueólogos sabem que as primeiras formas de poder no antigo Egito eram centradas em autoridades locais ou regionais, que frequentemente se entravam em conflito entre si; e as evidências sugerem que todo o processo de transição aparentemente não foi pacífico, e motivado pela violência.

Logo, a gravura oferece uma visão rara sobre como se espalhou a influência e o poder da elite política do país. Outro aspecto importante de se ressaltar é que a obra possui uma grande semelhança com imagens oficiais do início do reinado de Narmer — o que, combinado com a excelente qualidade da gravura, sugere que ela foi encomendada por alguma figura importante.

"O painel rupestre é uma adição importante ao conjunto existente de gravuras que pode nos ajudar a entender melhor o papel da arte rupestre nos eventos cruciais que levaram à formação do estado egípcio", comenta Vanhulle, por fim. "As composições rupestres se tornaram uma ferramenta para as autoridades se comunicarem, marcarem a paisagem e afirmarem seu poder".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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