Grupo de avós alemãs se mobiliza contra avanço da extrema-direita

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Na Alemanha, um grupo de avós chamado "Omas gegen Rechts" ("Avós contra a extrema-direita", em tradução literal) tem se mobilizado para defender a democracia diante do crescimento do partido de extrema-direita AfD (Alternativa para Alemanha).
Identificadas por gorros de lã feitos à mão, elas participam ativamente de protestos contra discursos nacionalistas e antimigrantes, especialmente diante das eleições parlamentares de 23 de fevereiro, repercute a AFP.
Criado em 2018, o movimento se inspira em iniciativas semelhantes na Áustria e já conta com cerca de cem núcleos pelo país. Muitas dessas ativistas, que viveram o pós-guerra e cresceram com a memória do Holocausto, sentem que têm a responsabilidade de combater o extremismo.
Além de participarem de manifestações contra a extrema-direita, as Omas também atuam contra o antissemitismo e a discriminação. Para muitas delas, a luta tem um significado pessoal: “Minha avó precisou fugir da Alemanha porque era judia. Agora, não quero que meus netos passem por isso”, destacou Maja, de 72 anos, à AFP.
Avanço da extrema-direita
Fundada em 2013, a AfD é conhecida por suas posições extremistas, anti-imigração, anti-União Europeia e nacionalistas, além de frequentemente relativizar o regime nazista. A legenda já foi alvo de várias investigações da polícia alemã devido a esses posicionamentos.
O partido apresentou ganhos políticos expressivos em 2024; em junho, conquistou o segundo lugar nas eleições do Parlamento Europeu, garantindo 15 assentos, um aumento de quase 50% em relação a 2019.
Além disso, obteve bons resultados nas eleições estaduais, destacando-se com 32,8% dos votos no estado da Turíngia, no leste da Alemanha. Na Saxônia, estado vizinho e mais populoso, a AfD também teve boa performance, embora a vitória tenha sido para o CDU (União Democrata-Cristã), de centro-direita.


